Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
Na sede da Cooperativa Mista de Produção, Industrialização e Comercialização de Biocombustíveis do Brasil Ltda (CooperBio), uma cooperativa organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), em Seberi (RS), foi realizada a gravação do Programa ‘Vida no Sul’. A atividade aconteceu na sexta-feira, dia 12 de agosto de 2016. A junção de reportagens sobre os trabalhos construídos pela CooperBio e a participação dos\as cantadores\as do povo, deu origem a construção do programa que vai ao ar no dia 26 de setembro.
Conforme uma das lideranças Estaduais do Movimento dos Pequenos Agricultores, Debora Varoli, o movimento junto aos organizadores\as do Programa Vida no Sul, pensaram a atividade a partir da necessidade de levar para as pessoas, informações a respeito da produção agroecológica, bem como a experiência de uma feira online, que está sendo lançada nesta semana, onde as pessoas podem fazer seus pedidos a partir de uma lista de produtos, e o movimento providencia a entrega nas casas. O contato pode ser feito pelo endereço: https://www.facebook.com/alimergia.
Esse e outros trabalhados feitos com o projeto Alimergia (Alimento, Meio Ambiente, Energia), pelo movimento, foram tema do programa. Debora explicou que o movimento junto aos integrantes do Programa Vida no Sul, convidou ainda o Cantador Popular, Pedro Pinheiro de São Miguel do Oeste (SC) e o grupo Herança Missioneira, de São Miguel das Missões (RS), para gravar algumas canções que falam sobre a luta pela terra, a resistência que nas canções são mostradas e que influenciam a vida de quem mora na roça e de quem vive na cidade.
Vida no Sul
O Programa Vida no Sul surgiu a partir da necessidade de mostrar as histórias invisibilizadas pela mídia comercial. Segundo o Diretor do Programa, Isnar Veira Borges, o projeto iniciou em decorrência dos 250 anos da morte do índio Sepé Tiaraju, durante um encontro construído pelos movimentos ligados a Via Campesina, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, em 2006. Momento esse, que reuniu mais de cinco mil indígenas da América do Sul, mais de dois mil camponeses\as, quilombolas, cantadores do povo. Foram mais de 25 mil pessoas que participaram da atividade e fizeram a ‘provocação’ para a criação de um instrumento que mostrasse às lutas movidas pelo povo, a luta pela terra, e a cultura de resistência mantida pelos cantadores populares.
Borges salienta que ‘Vida no Sul’ significa a vida Latino-americana e por isso, as produções do Programa envolvem muitas realidades. “Por isso caminhamos por este Brasil mostrando a vida, as histórias, a luta de homens e mulheres que não aparecem na mídia, especialmente, a resistência que é mantida nas canções de muitos\as cantadores\as”, disse ele.
Um dos desafios apontados pelo Diretor do Programa, é mostrar para as pessoas, as histórias que são contadas pelos artistas do povo em suas canções. “O músico que faz isso, que trabalha nas canções esse contexto, merece todo o apreço, toda a estima”, defendeu ele, complementando: “A mídia é sensacionalista, a televisão se destaca por contar as desgraças das pessoas e isso não pode ser o centro de um meio de comunicação e sim, a vida das famílias, das comunidades, para que outras pessoas possam olhar, absorver, buscar ensinamentos, sabedoria”.
Acesso ao Programa
Quem promove o Programa Vida no Sul, segundo Borges, é o Instituto Cultural Padre Josimo (ICPJ), de Porto Alegre (RS). Quem apresenta o programa atualmente é o músico Antônio Gringo e toda linha política possui relação com as pautas e lutas dos movimentos ligados a Via Campesina. O acesso ao programa se dá por rede aberta, na TV Aparecida e Cidade Livre, todas as segundas-feiras, 21h15, com reprise aos sábados, às 23h30 e no domingo com dois horários, às 5h30 e às 13h15. Os extras, fotos, matérias, também podem ser conferidos por meio do endereço na internet: http://www.vidanosul.com.br.