Por Caroline Dall’Agnoll, para Desacato.info.
No dia 30 de novembro de 1979, Florianópolis foi palco para a mobilização de 4 mil estudantes, que em levante popular, reivindicaram lutas contrárias ao Regime Militar imposto pelo golpe de Estado de 1964.
Hoje, após 37 anos, a cidade relembra sua história.
A sessão, convocada pelo vereador Lino Peres do PT, fez homenagem aos presos, estudantes que foram detidos por 10 dias, na época. Somente, depois da pressão popular das ruas, foram liberados. Responderam durante 2 anos um processo de Lei de Segurança Nacional, sendo julgados e absolvidos.
Os homenageados:
– Adolfo Luiz Dias, Presidente da UCE, estudante de direito e servidor público estadual, in memoriam.
– Lígia Giovanella, Vice-presidente do DCE da UFSC à época, se preparava para a formatura no curso de Medicina e hoje é pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública, instituição ligada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reside atualmente no Rio de Janeiro.
– Rosângela de Souza, estudante de direito e servidora do Tribunal de Justiça de SC, hoje advogada, em Florianópolis.
– Newton Vasconcelos Jr., estudante de medicina e servidor do Tribunal de Justiça de SC, e hoje médico.
– Amilton Alexandre, estudante de Administração, in memoriam.
– Marize Lippel, estudante de Bioquímica e Farmácia, tinha 19 anos e era a caçula do grupo dirigente do DCE, aposentou-se como servidora pública municipal de Blumenau.
– Geraldo Barbosa.
Vereador Lino Peres abriu a sessão lastimando as perdas provocadas pela queda do avião da Chapecoense e, comparou a ditadura vivida em 1979 com a conjuctura atual brasileira com a menção da PEC 55/2016 aprovada na noite de terça-feira, dia 29, no Senado Federal.
Para Rosângela de Souza, uma das estudantes presas durante a Novembrada, o momento de hoje é fundamental para a história do país. “A luta pela democracia é uma constante. A democracia se dá todos os dias, ela se constrói todos os dias e cada vez nós queremos mais e, nesse momento, que acabamos de ter um golpe de estado, o Golpe de 2016, é importante falar que nós não queremos ditadura. Nós não queremos golpe!”, conclui.
Rosângela também destacada o papel fundamental da juventude brasileira. “A juventude é sempre protagonista, junto com a classe trabalhadora. Podemos e devemos confiar nela! Como diz o Gonzaguinha, ‘Eu acredito na rapaziada’. Eu acreditava na época, e agora, mais ainda com essa juventude que está aí!”, finaliza.
Fotos: Eduardo Paredes e Casa da Memória.