O cacique Antônio Mg Claudino, de 57 anos, da Terra Indígena de Serrinha, no norte do Rio Grande do Sul, foi assassinado cinco tiros na noite de segunda-feira (20). Enquanto conversava com um amigo dentro da reserva indígena, por volta das 21h. Uma mulher teria aguardado no carro, um homem não indígena desconhecido se aproximado e efetuado os disparos, o casal não foi identificado. Ele foi socorrido e encaminhado ao hospital, mas não resistiu.
Existe suspeita de que o crime foi cometido por disputas de terra, pois o cacique havia feito denuncias sobre ameaças que estava sofrendo. As tensões na Terra Indígena de Serrinha por causa do arrendamento de terras para plantio de soja é antiga, embora autorizada pela Justiça Federal em 2015 com validade até maio deste ano.
A terra indígena fica entre os municípios de Ronda Alta, Três Palmeiras, Engenho Velho e Constantina. Ela foi desapropriada há pouco mais de 20 anos, depois que indígenas kaingang fizeram acampamento na RS-430 pedindo demarcação. A região foi demarcada como território indígena pelo governo do Estado em 1908, mas entre 1941 e 1961, a Secretaria de Agricultura dividiu o território em lotes, distribuídos aos colonos da região. A terra só voltou para o o povo kaingang em 1996.
Antônio Mg era cacique há 20 anos da comunidade e foi vereador em Ronda Alta pelo Partido dos Trabalhadores – PT. A Prefeitura Municipal de Três Palmeiras decretou luto oficial de três dias pela morte do cacique. O corpo do cacique foi sepultado na tarde de terça-feira, em Ronda Alta, na sede da Terra indígena de Serrinha.
Fonte: Rádio Yandê.