Burkina Faso: começou julgamento do assassinato de Thomas Sankara

Abertura do julgamento do assassinato de Thomas Sankara, na capital do Burkina Faso, em 11 de outubro de 2021. Foto: AFP – Olympia de Maismont

Por Miguel Martins e AFP.

Começou esta manhã na capital do Burkina Faso o julgamento dos supostos autores do assassinato em 1987 do antigo presidente Thomas Sankara, uma das maiores referências do panafricanismo. Um dos grandes ausentes é o antigo chefe de Estado Blaise Compaoré que lhe sucedeu, actualmente a viver na Costa do Marfim.

São 14 os acusados, mas dois estão ausentes, entre eles Blaise Compaoré que chegou ao poder com a morte de Sankara, mas que acabou por ser destituído por uma revolta popular em 2014.
Imagem: Estúdio Gauche

O antigo presidente vive na Costa do Marfim, país de que obteve mesmo a respectiva nacionalidade.

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Mariam Sankara, viúva de Thomas Sankara, em entrevista a Christophe Boisbouvier, deplora a falta de coragem do ex-chefe de Estado.

Não responder à justiça, mudar de nacionalidade, tentar fugir com o rabo à seringa não é um comportamento corajoso!

Quando na realidade ele próprio contribuíu para implementar esta mesma jurisdição…

Ele peca por não ter a coragem de comparecer, de enfrentar a justiça do seu país.”

Já os advogados de Blaise Compaoré denunciam um julgamento político.

O antigo presidente sempre negou ter estado por detrás da morte de Sankara de quem era o braço direito.

34 anos depois só agora é que o caso chega à Justiça após ter sido relançado em 2015 com um mandado de captura lançado pela justiça contra Blaise Compaoré em março de 2016.

 

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