Por Miguel Martins e AFP.
Começou esta manhã na capital do Burkina Faso o julgamento dos supostos autores do assassinato em 1987 do antigo presidente Thomas Sankara, uma das maiores referências do panafricanismo. Um dos grandes ausentes é o antigo chefe de Estado Blaise Compaoré que lhe sucedeu, actualmente a viver na Costa do Marfim.
O antigo presidente vive na Costa do Marfim, país de que obteve mesmo a respectiva nacionalidade.
Leia mais: Thomas Sankara, um homem de ação
Burkina Faso: Thomas Sankara, o homem íntegro
Mariam Sankara, viúva de Thomas Sankara, em entrevista a Christophe Boisbouvier, deplora a falta de coragem do ex-chefe de Estado.
“Não responder à justiça, mudar de nacionalidade, tentar fugir com o rabo à seringa não é um comportamento corajoso!
Quando na realidade ele próprio contribuíu para implementar esta mesma jurisdição…
Ele peca por não ter a coragem de comparecer, de enfrentar a justiça do seu país.”
Já os advogados de Blaise Compaoré denunciam um julgamento político.
O antigo presidente sempre negou ter estado por detrás da morte de Sankara de quem era o braço direito.
34 anos depois só agora é que o caso chega à Justiça após ter sido relançado em 2015 com um mandado de captura lançado pela justiça contra Blaise Compaoré em março de 2016.