Por Bosco Carvalho
O documentário “Buraco do Rato”, produzido pela Equipe de Comunicação do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração (CNDTFM) mostra o lado negro da Vale, que foi privatizada a preço de banana pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
No canal do CNDTFM no YouTube, o Comitê publicou sobre a Vale S.A.: “Uma empresa sem escrúpulos, sem moral, que usa de subterfúgios para atingir a meta do lucro a qualquer custo.
Privatizada a preço de banana no governo Fernando Henrique Cardoso, seguiu minerando, destruindo, poluindo e matando sem qualquer interferência do Estado Brasileiro.
Suas principais ferrovias e portos foram construídos com dinheiro público, não, mas isso não retornou em impostos para estados e municípios, pois a Vale é beneficiada por uma porção de isenções fiscais.
Veja um exemplo, em 1997, ano da privatização fraudulenta da Vale, é beneficiada pela Lei Kandir, que entre outras coisas isenta de ICMS a exportação de produtos manufaturados. Só entre 1996 e 2013, só de ICMS a Vale deixou de pagar, pelo benefício da Lei Kandir, R$ 20 bilhões só para o estado do Pará.
O Estado do Pará, que teve tantas vezes sua história manchada de sangue pela Vale. Em 1996, trabalhadores do MST faziam uma marcha pacífica em Eldorado dos Carajás, mas a Vale queria passar com seus caminhões de minérios, então arcou com todas as despesas para que a Polícia Militar acabasse com a manifestação (estes dados constam nos autos dos processos). Dezenove trabalhadores do MST foram brutalmente assassinados na operação.
Mas não lhe cabem só estas mortes. Quantos funcionários perderam suas vidas trabalhando em suas operações? Quantos perderam a vida atropelados pelos seus trens de minérios? Quantos morreram doentes pela contaminação da água, do solo e do ar?
Mas só isso não era suficiente, ela espiona, infiltra pessoas nos movimentos, ela quer impor uma ditadura dentro do estado brasileiro.
Em maio de 2013, o ex-funcionário do departamento de segurança empresarial da Vale, André Almeida entrou com uma representação no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. Uma infinidade de emails, planilhas, fotos, vídeos e notas fiscais foram apresentados por ele como evidências do que a Vale fez: infiltração em movimentos sociais, o pagamento de propinas a funcionários públicos da polícia federal e de órgãos justiça em São Paulo com o objetivo de obter informações para investigações internas. Quebra de sigilo bancário, acesso ilícito à informações reservadas da Receita Federal, e do sistema infoseg, grampos telefônicos e dossiês de políticos, representantes de movimentos sociais e jornalistas.
O Buraco do Rato, produzido pelo Comitê retrata esta história.
Depois de assisti-lo, nos responda: Quanto Vale a Vale?”
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Fonte: Revista Ecológica