Por Arthur Stabile.
Um policial militar foi morto depois de uma discussão na cidade de Araras, cidade a 174 quilômetros da capital São Paulo, na noite de domingo (15/5), baleado por outro PM. O caso é investigado pela Corregedora da corporação.
Segundo boletim de ocorrência da Polícia Civil, o grupo de PMs confraternizava pelos 5 anos de formatura que parte deles completavam. Estavam no local integrantes da tropa em Araras, Limeira e também membros do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) de Piracicaba.
Por volta das 21h30, o policial Paulo Henrique Varuzza, 26 anos, iniciou uma discussão e puxou a sua arma em direção ao também PM Eliandro Henrique dos Reis, 40.
Consta no registro que Eliandro, então, também puxou a sua arma e deu três tiros “para se defender”, conforme contou ao delegado Tabajara Zuliani dos Santos, do 2º DP (Distrito Policial) de Araras, o qual registrou a ocorrência.
O documento não detalha quais as causas da discussão entre Varuzza e Reis. Após os disparos, Paulo Henrique tentou correr, mas cai após ser baleado metros depois.
Câmera de segurança de uma casa vizinha registrou a cena do policial tentando se salvar. O equipamento está uma hora adiantado em relação à hora do crime, como explica o delegado. Acionado, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) constatou a morte do PM.
Em conversa com o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), o sargento Reis explicou que foi surpreendido por uma pessoa que “pulou em frente ao carro”. “Eu dei tiro no cara”, explica.
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Ele diz que estava bem de saúde ao policial que o atendeu e que, “em princípio, [a vítima] era Mike também”, termo usado entre PMs para se identificarem. “Estava armado, apontou a arma para mim eu dei tiro no cara”, detalha.
No local, a perícia fez exames residuográficos nas mãos dos dois policiais para identificar se eles, de fato, atiraram. A investigação ficará a cargo da Corregedoria da PM, como explica o delegado Tabajara, por “se tratar de um crime praticado por militar contra militar”.
A Ponte questionou a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, comandada pelo general João Camilo Pires de Campos neste governo de João Doria (PSDB) e a PM, liderada pelo comandante Fernando Alencar Medeiros, e aguarda posicionamento da pasta e da corporação.
A reportagem também solicitou entrevista com o policial Eliandro Henrique e o contato de seus advogados à SSP.