Por Taíza Brito.
Manifestação será na Plaça de la Gardunya, a partir das 19h, com leitura de manifesto e parlamento de ativistas de direitos humanos
No Brasil e em várias cidades do mundo o dia será de manifestações em memória da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Em Barcelona, o coletivo Brasileiras contra o fascismo realizará um ato, a partir das 19h (horário local), na Plaça de la Gardunya, no centro da cidade.
Será feita a leitura de um manifesto e haverá parlamentos com ativistas da área de direitos humanos, além de apresentações de capoeira e música. Mesmo com a prisão dos suspeitos de executar o crime – o sargento aposentado da Polícia Militar (PM) Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz – ainda não foi respondida a pergunta “Quem mandou matar Marielle?”.
Por isso, manifestações como a que acontecem hoje em Barcelona também vão cobrar que se chegue aos mandantes do brutal assassinado que tirou a vida de Marielle e de Anderson. A vereadora realizada um trabalho de defesa dos direitos humanos, especialmente em defesa dos moradores das favelas da capital carioca. Com isso, virou alvo dos grupos de milícia que atuam nestas áreas extorquindo a população com cobrança de taxas para manter a segurança e prestar serviços diversos.
As milícias, na maior parte formadas por policiais militares e bombeiros, surgiram com a “proposta” de proteger as comunidades dos traficantes de drogas. Contudo se tornaram poderosos grupos paramilitares que ao invés de proteger os moradores agem de forma ostensiva e ameaçadora contra quem se levanta contra eles.
A família do presidente Jair Bolsonaro tem um histórico de louvação e proximidade com integrantes destes grupos. Quando deputado, o ultradireitista fez vários discursos elogiando o “trabalho” das milícias nas favelas do Rio. O filho do presidente, Flávio Bolsonaro, quando deputado na capital carioca, premiou com a mais alta comenda do parlamento estadual policiais hoje investigados por integrar tais grupos.
Não há nada que ligue a família Bolsonaro ao crime de Marielle Franco e Anderson Gomes, mas chamou a atenção que um dos presos pelo assassinato, Ronnie Lessa, fosse vizinho do presidente da República num condomínio de luxo do Rio de Janeiro. E que um dos seus filhos tivesse namorado a filha do acusado.