Sob o comando diplomático do olavista Ernesto Araújo, o governo Jair Bolsonaro está arrastando o Brasil para o centro da crise instalada após o ataque dos Estados Unidos que assassinou o general iraniano Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.
Após emitir nota apoiando a ação, o Brasil vai sediar nos dias 5 e 6 de fevereiro um encontro entre aliados militares dos EUA, que será usado por Donald Trump para pressionar a comunidade internacional a apoiar a ofensiva contra o Irã.
Diplomatas ouvidos pelo jornalista Jamil Chade, do Portal Uol – que pediram para não terem suas identidades reveladas por temerem retaliações de Araújo -, dizem que a nota em apoio às ações de guerra dos EUA rompe com a tradição diplomática brasileira, que sempre prezou pelo diálogo, colocando o país numa posição de “lacaio”.
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“Ninguém respeita quem adota uma posição de lacaio. Em vez de defender os interesses do país, defendem os interesses americanos. Assim, nenhum país pode ser respeitado”, disse um embaixador.
Segundo o jornalista, oficialmente, a reunião faz parte do Processo de Varsóvia, para debater assuntos relacionados aos refugiados em todo o mundo, mas que a maioria dos países vêm no encontro que acontece no Brasil o objetivo único de conter o Irã. Tanto que China, Rússia e França se recusaram a participar do processo.
Aliados dos EUA na região, Israel, Afeganistão, Bahrein, Jordânia, Emirados Árabes e Arábia Saudita devem marcar presença no encontro.
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