O Brasil caminha para a triste marca de meio milhão de brasileiros mortos pela covid-19. De acordo com o boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgado hoje (24), o país tem 16.120.756 casos acumulados desde março do ano passado e, oficialmente, 449.858 mortes. Foram registradas mais 790 mortes e 37.498 casos no Brasil nas últimas 24 horas. Os dados contabilizados, porém, não refletem a realidade da situação, já que muitos profissionais não atuam no final de semana, o que afeta o repasse de dados.
Entretanto, esta é a pior segunda-feira dos últimos dois meses e a terceira pior do ano em registro de novos casos de covid-19 no Brasil. Só perde para os dias 22 (49 mil casos) e 29 de março (38 mil). Março foi o pior mês do ano, e as últimas semanas apontam para uma alta na curva de contaminações. Isso aponta para prognósticos de que esse movimento pressione os sistemas de saúde nos próximos dias. E a média diária de mortes também deve voltar a subir.
“Chegamos a quase 450 mil vidas perdidas. E o presidente da República continua comemorando as mortes. Agora com passeios de moto, atos políticos, aglomerando sem usar máscara nem tomar vacina. Ou seja, trabalhando em favor da proliferação do vírus que tem causado mortes, adoecimento, tristezas, dor, a muitas famílias no nosso país”, disse o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto.
Segundo ele, esse “absurdo genocídio” praticado no país continuará sendo denunciado. “Coordenado pelo presidente da República, mas que também tem seus cúmplices. Vamos seguir em frente transformando o luto em luta. Um ‘abraSUS’ e a nossa solidariedade às famílias que sofrem”, afirmou.
Um milhão de mortos
Na sexta-feira (21), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), informou que mais de 1 milhão de pessoas na América Latina e no Caribe morreram devido à covid-19. Até então, haviam sido notificados pelos países e territórios da América Latina e Caribe 1.001.781 mortos. Quase 90% dessas mortes foram registradas no Brasil (44,3%). Depois vêm México (22,1%), Colômbia (8,3%), Argentina (7,3) e Peru (6,7%). E 3% de todas ocorreram na América Central e 1% no Caribe.
“A vida de 1 milhão de pessoas foi interrompida pela Covid-19. Este é um marco trágico para todos os habitantes da região”, afirmou a diretora da Opas Carissa Etienne. “Esta pandemia está longe de acabar e está atingindo fortemente a América Latina, afetando nossa saúde, economias e sociedades. No entanto, apenas 3% de nossas populações foram vacinadas.”
Em quatro meses desde o início da vacinação, o Brasil segue devagar quase parando. Receberam a primeira dose 6,5% das pessoas com comorbidades, 45% dos idosos com mais de 80 anos e 36% dos profissionais de saúde.
Redação: Cida de Oliveira
Edição: Paulo Donizetti de Souza