Ao contrário do propagandeado pelos ruralistas, são as propriedades rurais privadas, principalmente as maiores, que ocupam a maior parte da área do território nacional, e não as áreas protegidas. É o que afirma o Atlas da Agropecuária Brasileira, estudo feito pelo Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e a Esalq (GeoLab da Esalq/USP), lançado nesta segunda-feira (20).
De acordo com o Atlas, só os grandes latifúndios ocupam uma área maior do que o conjunto de Unidades de Conservação municipais, estaduais e federais e Terras Indígenas no país. As áreas protegidas cobrem 27% do território nacional, ou seja, 2,32 milhões de quilômetros quadrados (km²). Já as grandes propriedades rurais dominam 28% do território, isto é, 2,34 milhões de km².
A soma das áreas das propriedades pequenas, médias e grandes alcança 4,53 milhões de quilômetros quadrados (km²), o que corresponde a 53% do território nacional. O Atlas não inclui na conta os assentamentos rurais do Incra.
Discrepâncias
As disparidades regionais também foram destacadas no novo estudo. Enquanto estados conhecidos como grandes produtores do agronegócio, como São Paulo, apresenta apenas 8% do território em áreas públicas protegidas (mas em compensação, 81% do território é ocupado por propriedades privadas), o Amapá possui 68% da área protegida, 13% da terra pública ainda não destinada e apenas 7% com terra privada.
Outra informação é de que existem 86 milhões de hectares de terras públicas não destinadas, entre terras não tituladas do Programa Terra Legal e Glebas Públicas Federais e Estaduais, correspondendo à soma dos estados de São Paulo e Minas Gerais. A maior parte dessas áreas não destinadas estão em estados da Amazônia Legal.
Saiba Mais: Atlas da Agropecuária Brasileira O Eco
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Fonte: Ecologia dos Saberes.