Brasil supera 225 mil mortos por covid-19. Aumenta necessidade de distanciamento social

Diante do cenário preocupante, com a pandemia de covid-19 fora de controle no Brasil, a ciência volta a destacar a necessidade de medidas rigorosas para conter o contágio

Bolsonaro segue com postura contra a ciência e aliada do vírus. Na foto, ato contra o presidente realizado no final de semana. Foto: Lula marques

Por Gabriel Valery.

O Brasil superou oficialmente 225 mil mortes por covid-19. Em um período de24 horas, concluído às 16h desta segunda-feira (1º), foram notificadas 595 novas vítimas no país, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Com isso, os mortos chegam a 225.099 desde o início do surto do novo coronavírus no país, em março.

Em relação ao número de novos casos, foram 24.591. Com o avanço, já são 9.229.322 infectados, de acordo com dados oficiais dos estados, também desde março. A estimativa é de que mortos e infectados sejam em número superior, já que o Brasil é o país mantém uma estrutura que favorece a subnotificação. Isto é, testa pouco e não faz um rastreio de contágios, algo denunciado por cientistas e mesmo reconhecido por autoridades.

As médias epidemiológicas, calculadas sobre o total de casos e mortes em sete dias, divididos por sete, revelam uma pandemia fora de controle. Ontem (31), o país registrou a pior média de mortes desde agosto. Hoje, a marca segue sendo correspondente aos piores dias da pandemia até então, registrados entre junho e setembro. A média está em 1.062 mortes diárias. Já a média móvel de novos casos segue superior à chamada “primeira onda”, com 51.133 novos infectados por dia.

Curvas epidemiológicas de casos e mortos por covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

Preocupação

Diante de um cenário preocupante, com a pandemia de covid-19 fora de controle no Brasil, a ciência volta a destacar a necessidade de rigoroso distanciamento social e de medidas sanitárias individuais, como uso de máscaras e lavar as mãos com frequência, com sabão ou álcool em gel.

A pesquisadora e epidemiologista Ethel Maciel argumenta que as medidas de sempre deveriam ser reafirmadas. “Medidas individuais: máscaras, distanciamento físico, álcool em gel; Pelas autoridades: testagem em massa e isolamento dos positivos e seus contatos, medidas de restrição de circulação, plano de vacinação coordenado e rápido”.

O Brasil enfrenta uma situação ímpar no mundo, em que a presidência da República, de Jair Bolsonaro, tem uma atuação que favorece a propagação do vírus, ao pressionar contra a ciência e contra as medidas protetivas. Por isso mesmo, o Brasil é o segundo país mais afetado do mundo pelo novo coronavírus.

Com isso, vem o atraso na necessária campanha de vacinação em massa. Mesmo com um amplo e capilarizado sistema público de Saúde, o SUS, o Brasil imuniza pouco e devagar. Até o momento, pouco mais de 2 milhões de pessoas foram imunizadas, frente às mais de 6 milhões de doses disponíveis.

“O Brasil desse governo incompetente não conseguiu aplicar as 6 milhões de doses da primeira remessa. Onde estão essas doses de vacinas? Quais unidades de saúde estão com horários estendidos? Quem vai vacinar no domingo? Enquanto a torcida se aglomera temos mais de mil mortes em 24h”, completa Ethel, ao lembrar de aglomerações que foram frequentes desde o fim do ano, e tiveram um ápice recente em razão da conquista do campeonato de futebol Libertadores da América pelo Palmeiras no sábado.

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