Brasil: Qualquer negociação “real” sobre o conflito na Ucrânia deve incluir a Rússia

"Este não é um conflito apenas entre a Rússia e a Ucrânia. Este é também um capítulo da longa rivalidade entre a Rússia e o Ocidente", disse Celso Amorim, assessor da presidência brasileira para assuntos internacionais.

Imagem: CTB.

Versão original em RT.

O chefe da delegação brasileira na reunião sobre o conflito na Ucrânia que ocorre neste fim de semana na cidade saudita de Jeddah com a participação de cerca de 40 nações, embora sem a Rússia, considera que qualquer rodada “real” de negociações para acabar com as hostilidades deve incluir Moscou.

“Qualquer negociação real deve incluir todas as partes”, disse Celso Amorim, assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, no sábado, em intervenção por videoconferência citada pelo portal G1, durante a primeira reunião da cúpula organizada. ao nível dos conselheiros de segurança nacional.

O representante brasileiro declarou que, embora a Ucrânia seja “a maior vítima”, as partes reunidas em Jeddah têm que “envolver Moscou neste processo de alguma forma” se “realmente” buscam a paz.

“Este não é apenas um conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Este é também um capítulo da longa rivalidade entre a Rússia e o Ocidente”, disse Amorim ao The New York Times, que afirma ter tido acesso a uma cópia do discurso.

A rodada de negociações em Jeddah, na qual se destaca a participação dos Estados Unidos e da China, está sendo realizada a portas fechadas. No entanto, é relatado que os representantes concordaram em criar grupos de trabalho para analisar o plano de paz proposto pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, que basicamente visa restaurar as fronteiras de Kiev como estavam após a desintegração da URSS em 1991. Isso inclui o territórios de Donbass, as províncias de Kherson e Zaporozhye, bem como a República da Crimeia, considerada por Moscou como parte de seu território.

O plano de Zelensky e seu “engano”

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, alertou na sexta-feira que a reunião que a Ucrânia e seus “guardiões ocidentais” estão realizando para promover o plano de paz de Kiev é “uma farsa”. Segundo a porta-voz, o governo Zelensky e seus parceiros estão tentando “aproveitar as intenções sinceras de vários estados para formar uma coalizão anti-russa”.

Por seu turno, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, reiterou esta sexta-feira em declarações à imprensa local que Moscovo “valoriza qualquer esforço para alcançar uma paz justa e duradoura”, embora, respondeu, a chamada fórmula de Zelensky procure “nada menos do que a capitulação completa da Rússia”.

 

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