Brasil, furando a fila da vacina. Por Viegas Fernandes da Costa.

Imagem de Alexandra_Koch por Pixabay

Por Viegas Fernandes da Costa.

Todo mundo quer ser vacinado primeiro, mesmo aqueles que se dizem contrários à vacina (supeito que estes sejam os primeiros a “roubar” lugar na fila).

Então tem que vacinar por prioridades. Idoso é prioridade, sem dúvida! Profissional de saúde na linha de frente, claro que sim. Os da linha de trás também. Professores, como não? Caixa de supermercados, farmácias, de banco, dos Correios e Lotéricas também estão expostos e expondo, por isso precisam ser vacinados urgentemente. Idem para policiais, bombeiros, trabalhadores de cemitérios, da limpeza urbana. Um amigo lembrou dos jornalistas. E tem os motoristas de ônibus! Motorista de ônibus passeia com o vírus todos os dias. Taxistas, motoristas de aplicativos, pessoas com doenças respiratórias, cardíacas, com câncer, diabetes, etc. etc. etc…

Gente pra caramba! E porque não tem vacina, e porque estamos morrendo como moscas, asfixiados e febris, estamos disputando prioridade a tapas. É cruel, “fulano se vacinou, é jovem”; ou como li outro dia, “vacinar velho que não trabalha pra quê? Pra ficar passeando de ônibus?”. Sim, li isto, juro que li.

Mas a porra toda (e peço desculpas pelo linguajar) é que não tem vacina, nem governo, nem solidariedade!

Não tem bom senso!

O governo brasileiro plantando cadáveres no solo da pátria, queimando sonho e futuro nos crematórios.

O Estado brasileiro aparvalhado, governadores e prefeitos batendo cabeça como baratas encharcadas em Baygon.

É genocídio, sim! A culpa porque meus pais ainda não foram vacinados não é daqueles que já foram. A culpa é do governo federal inoperante, que além de não vacinar em tempo necessário, ainda intoxica a população receitando drogas nocivas, incentivando a automedicação debaixo das barbas de um Conselho Federal de Medicina acovardado. Dos militares que se mostraram totalmente incompetentes para funções administrativas e no gerenciamento da crise sanitária. Do Parlamento que permite a continuidade de uma necropolítica por meio dos descalabros do presidente. Da Justiça paquidérmica e corrupta que julga como partido político.

E eu, o que quero? Apenas meu país. Porque hoje, ou adoecemos de Covid ou adoecemos de Brasil (como escreveu Fernando Tenório). E é muito triste adoecer do próprio país.

 

A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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