Entre janeiro de 2008 (ano em que dados dos crimes contra pessoas trans começaram a serem registrados) e setembro de 2021, pelo menos 4.042 pessoas trans e de gêneros diversos foram assassinadas, o que equivale a 13 anos de monitoramento.
Em 2020, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais denunciou 175 transfeminicídios e mapeou 80 mortes no primeiro semestre de 2021.
Desde 2019, a transfobia é considerada crime no Brasil, mas passados dois anos da decisão do STF- Supremo Tribunal Federal, a criminalização da LGBTIfobia ainda não é uma realidade no país.
Este cenário serve de base para a pesquisa realizada pela Transgender Europe (TGEU), que monitora dados globalmente levantados por instituições trans e LGBTQIA+, e revela que 70% de todos os assassinatos registrados aconteceram na América do Sul e Central, sendo 33% no Brasil.
Ainda segundo a pesquisa, 96% das pessoas assassinadas em todo o mundo eram mulheres trans ou pessoas transfeminadas; 58% das pessoas trans assassinadas eram profissionais do sexo; a idade média das pessoas assassinadas é de 30 anos; 36% dos homicídios ocorreram na rua e 24% na própria residência.
Ainda há que considerar os casos não reportados e as mortes não registradas com motivação transfóbica pelos sistemas governamentais de segurança pública, que no Brasil são gritantes.
Em caso de violência motivada por gênero, travestis, mulheres transexuais e mulheres intersexo podem denunciar e buscar ajuda discando 180. Elas também podem procurar a DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) mais próxima.
As denúncias contra homens e mulheres trans podem ser feitas pelo Disque 100, gerido pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. O serviço é gratuito e funciona 24 horas, inclusive em feriados e fins de semana.