RBA.- No 7 de setembro em que o Brasil assiste ao presidente da República participar de atos que atacam as instituições democráticas, foi detido no aeroporto de Brasília o empresário Jason Miller, braço direito do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Segundo o site Metrópoles, Miller foi detido pela Polícia Federal em Brasília na área reservada a voos particulares, quando estava prestes a embarcar de volta para os Estados Unidos em um jatinho.
O empresário foi levado por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para prestar depoimento à PF no inquérito 4.874, que apura a organização de atos antidemocráticos no Brasil.
Miller é fundador do Gettr, plataforma criada com o objetivo de dar a Trump espaço nas redes sociais, já que o ex-presidente foi banido das grandes plataformas. O Gettr tem 2 milhões de seguidores em todo o mundo, sendo 13,5% do Brasil, que só perde para os Estados Unidos. Em terceiro lugar estão os japoneses.
Trump é lembrado pela tentativa de golpe após perder as eleições em 2020 para Joe Biden e apoiar a invasão do Capitólio, o equivalente estadunidense ao Congresso Nacional brasileiro, no primeiro dia de 2021. Interessante coincidência neste 7 de setembro de ameaças em Brasília.
Encontro da extrema direita
O braço direito de Trump se encontrou no último dia 5 com o presidente Jair Bolsonaro. Também estavam presentes o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ex-chanceler Ernesto Araújo.
Antes, na sexta-feira (3), Miller falou à Conferência da Ação Política Conservadora. A Cpac, na sigla em inglês, é considerada uma das principais reuniões da extrema-direita no mundo. Realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, foi organizada por Eduardo Bolsonaro, informa o Poder360.
Em entrevista concedida ao site, no mês passado, Jason Miller falou que Bolsonaro e os seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos são afetados pelo que classificou de “censura das big techs”.
Bolsonaro assinou ontem (6) medida provisória (MP) que altera o Marco Civil da Internet. O novo texto burocratiza as medidas contra a disseminação de fake news. Além disso, dificulta às plataformas de redes sociais de apagar posts e vídeos mentirosos ou excluir contas, total ou parcialmente, “exceto por justa causa”. A intenção é proteger aliados que têm sido alvo de medidas contra notícias falsas.
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