Bolsonaro: ‘Não estou censurando, mas esse tipo de filme eu não quero’

O presidente voltou a falar sobre o futuro da Ancine, nega censura e critica novamente o filme ‘Bruna Surfistinha’

Foto: Alan Santos/PR

Por Alexandre Putti.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre a polêmica envolvendo a Agência Nacional do Cinema. Em entrevista à jornalista Leda Nagle, divulgada nesta segunda-feira 5, o pesselista confirmou a ida do órgão para Brasília e garantiu que a partir de agora o governo controlará a escolha dos filmes que receberão investimento público.

“Eu não estou censurando, mas esse tipo de filme eu não quero [se referindo ao filme “Bruna Surfistinha”]. Nada contra a cultura, mas mudou o presidente”, afirmou Bolsonaro. O presidente voltou a defender o fim do órgão caso não consiga ter controle sobre os funcionários, já que alguns são eletivos e não podem ter interferência política. “Não tem nada que o poder público tenha que se meter em fazer filme”, disse.

A Ancine foi criada em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso, e é composta por nove titulares e nove suplentes. Os integrantes são responsáveis por aprovar diretrizes gerais para o desenvolvimento da indústria audiovisual e estimular a presença do conteúdo brasileiro nos segmentos de mercado.

Em 18 de julho, o presidente da República anunciou a transferência da agência do Rio para Brasília e tirou o Conselho Superior do Cinema do Ministério da Cidadania para colocá-lo na Casa Civil. Para justificar a decisão, o presidente criticou o conteúdo do filme “Bruna Surfistinha”, que narra a história de uma garota de programa.

Presidente da OAB

Em outra parte da entrevista, Bolsonaro comentou sobre a afirmação que fez sobre o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. “Não me arrependo, o que falei tá falado”, disse.

A polêmica começou quando Bolsonaro criticou a atuação da OAB no caso da facada sofrida por ele, quando ainda era candidato à presidência, e atacou a memória do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, que foi preso e morto pela ditadura. “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, afirmou Bolsonaro.

Diretos trabalhistas e terceirizações

O presidente também comentou sobre a agenda liberal defendida por sua equipe econômica. Ele deixou claro que a meta é privatizar o máximo possível. “Algumas estatais são verdadeiros ninhos de ratos”, disse.

Quanto aos direitos trabalhistas, Bolsonaro voltou a defender a extinção para que o emprego volte a crescer no País. Utilizando os EUA como exemplo, que têm uma política fraca na área, o pesselista disse que a meta é criar emprego, mesmo que os direitos não existam.

Ao falar sobre a sua relação com a mídia, Bolsonaro volta a atacar o jornalismo. “O dia que eu não for criticado por essa mídia nossa, é porque estou fazendo algo errado”, afirmou.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.