Após a cooptação do centrão não obter o sucesso esperado para a formação de uma base no Congresso, Jair Bolsonaro decidiu abrir ainda mais os cofres da União para aprovar dois projetos de interesse do Planalto que enfrentam resistência: a versão governista do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e a refoma tributária, que começa a ser enviada por Paulo Guedes, ministro da Economia, nesta terça-feira (21) ao legislativo.
Segundo reportagem de Natália Portinari, Gustavo Maia e Daniel Gullino no jornal O Globo, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, já mandou recado ao congresso dizendo que o governo vai liberar mais R$ 1 bilhão em verbas de combate ao coronavírus a prefeituras indicadas por deputados e senadores que votarem a favor das pautas de interesse de Bolsonaro.
Além da Fundeb e da reforma tributária, Bolsonaro quer evitar que parlamentares derrubem os vetos impostor por ele ao projeto de Lei que privatiza a água – entre eles o que derrubou a indenização ao Estado caso as empresas concessionárias queiram devolver os serviços ao poder público.
No início de julho, o Ministério da Saúde liberou R$ 5,7 bilhões a municípios para o combate ao novo coronavírus. Segundo O Globo, o governo permitiu que deputados indicassem o destino de cotas de R$ 10 milhões para diferentes cidades. Os valores publicados, porém, não bateram com os que foram acordados, gerando frustração entre parlamentares.
A revolta do baixo clero estaria sendo capitaneada dentro do próprio governo pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), genro de Silvio Santos, que articula a derrubada de Luiz Ramos para emplacar uma assessora de Paulo Guedes na secretaria de governo.