O chamado “adicional de habilitação”, penduricalho concedido por Jair Bolsonaro que vai inflar em até 73% dos salários dos militares das Forças Armadas, vai custar R$ 26 bi nos próximos cinco anos aos cofres públicos, colocando um ponto final no discurso de austeridade do governo e de Paulo Guedes.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo desta quarta-feira (1º), somente neste ano, em plena crise aprofundada pela pandemia do coronavírus, o penduricalho que começa a ser pago aos militares neste mês de julho custará R$ 1,3 bilhão, citando nota técnica do Ministério da Economia e dados do Ministério da Defesa, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
De acordo com o jornal, o reajuste, que foi aprovado com a Reforma da Previdência dos militares no fim do ano passado, vai crescer ano a ano e em 2024 custará R$ 8,14 milhões.
Os maiores salários brutos entre os 381 mil militares em geral são do general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, e do almirante Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia. Em março, último pagamento publicado pelo governo, eles receberam, respectivamente, R$ 51.026,06 e R$ 50.756,51, conforme o Portal da Transparência.
Os valores estão bem acima do teto constitucional, pelo qual ninguém pode ganhar mais do que um ministro do Supremo, que recebe R$ 39,2 mil.