Por Moisés Mendes.
Aconteceu o que estava previsto, e os medos do quase canibal apareceram, sem retoques, no final da tarde de terça-feira na manchete da Folha:
Bolsonaro retoma tom golpista e pede cerco de apoiadores a seções eleitorais no segundo turno.
Por que retomou a tática do golpe? Porque está inseguro. O sujeito achava que entraria na campanha do segundo turno mais forte.
Mas as pesquisas mostram que não mudou nada. Todos os institutos reafirmam a vitória de Lula, com índices semelhantes ao do primeiro turno.
O Bolsonaro paz e amor do domingo da eleição, depois de uma votação surpreendente, não existe mais.
Está de volta o golpista. Bolsonaro sabe o que muitos setores da esquerda negam: sabe que vai perder.
Só uma esquerda depressiva finge que não sabe. É aquela esquerda do eu-bem-que-avisei, que está sempre pronta para perder e sofrer.
É uma esquerda frágil e infantil, que não se permite acreditar em vitórias em momentos graves, porque conspira contra os próprios sonhos.
Uma certa esquerda que se apequena e se vitimiza com o próprio pessimismo e que só se sente bem transferindo aos outros as dores das suas descrenças.
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