Bolsonaro elogia ditadores e diz que, ‘amanhã, se Deus permitir’, militares estarão à frente do País

Foto: Captura de tela Youtube

Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que a âncora de seu governo são as Forças Armadas e que os militares, junto com outras instituições, o ajudarão a mudar o Brasil.

“Nós nada fazemos sozinhos. A grande âncora do meu governo são as Forças Armadas”, disse Bolsonaro em um almoço comemorativo da promoção de novos oficiais das Forças Armadas.

“Que amanhã, se Deus assim permitir, os senhores estarão aqui na frente, muito bem representando o nosso Brasil. Novos desafios, com Deus no norte”, completou.

Em seu discurso, Bolsonaro lembrou também feitos de generais que presidiram o Brasil durante a ditadura militar, como Castelo Branco e Emílio Garrastazu Médici, e do ministro do Exército no governo Sarney Leonidas Pires Gonçalves.

No mesmo evento, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, reconheceu o “cuidado especial” que as Forças Armadas têm recebido do governo Bolsonaro e comemorou a aprovação do projeto de lei de reestruturação da carreira e da aposentadoria dos militares.

“Faltava preencher um vazio de décadas, resgatar o que temos de mais valioso: o militar e sua família. O projeto aprovado semana passada representou possivelmente o mais importante de 2019, corrigindo distorções, valorizando a meritocracia. Representou mais um esforço dos militares para o esforço fiscal do país”, disse o ministro.

O projeto manteve os militares como única categoria do país que não terá idade mínima para se aposentar e a única entre os servidores que continuará com aposentadoria integral, e terão que contribuir 10,5% dos salários para as aposentadorias, enquanto as demais categorias contribuem com 14%. As regras podem valer também para policiais militares e bombeiros estaduais.

A economia com a reforma da aposentadoria dos militares, que acabou por incluir uma reestruturação na carreira, será de 10,45 bilhões de reais em 10 anos. Inicialmente, a economia projetada pela equipe econômica era de 92,3 bilhões de reais, mas a reestruturação da carreira custará 86,8 bilhões de reais.

Em seu discurso, o comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, elogiou Bolsonaro por suas ações diante do que chamou de ameaças aos interesses nacionais.

“Ao longo desse primeiro ano, as ameaças aos interesses nacionais se apresentaram em diversas perspectivas. Entre tantos desafios estão instabilidade internacional, guerra cibernética, questões indígenas manipuladas, acessos ilegais a conhecimentos da nossa Amazônia, tráfico de drogas e armas, pirataria, desastres naturais e crimes ambientais”, disse o almirante.

“O senhor, a cada ameaça, reagiu prontamente, protegendo nossas riquezas e cuidando de nossa gente”, acrescentou.

Reportagem de Lisandra Paraguassu.

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