Bolsonaro e suas milícias digitais querem pôr em xeque sistema eleitoral

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral relatou disparos massivos para derrubar sistema. Segundo ele, ataque não conseguiu ultrapassar barreiras de segurança. Investigação iniciada pela SaferNet aponta ligação com militantes bolsonaristas. Caso também deve ser apurado pela Polícia Federal

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Uma apuração iniciada pela ONG SaferNet, que tem parceria com o Ministério Público Federal no combate à desinformação, aponta que a tentativa de derrubar o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no último domingo (15), teve uma ação coordenada com objetivo de desacreditar as eleições. Segundo a investigação, militantes bolsonaristas estavam ligados à disseminação das informações falsas difundidas após o ataque.

A informação foi divulgada pelo jornal El País e gerou repercussão no meio político. Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), “Bolsonaro e suas milícias digitais querem colocar em xeque o sistema eleitoral brasileiro”.

“Qual é a relação do presidente Bolsonaro e de suas milícias digitais com esse ataque ao sistema do TSE que prejudicou a central de divulgação dos resultados eleitorais de domingo último? Estão tentando colocar em xeque a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro!”

A vice-líder da Minoria, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) reforçou a necessidade de investigação do caso para encontrar os responsáveis pelo ataque.

De acordo com a SaferNet, o ataque, mesmo que conseguisse retirar o site do TSE do ar, não teria a capacidade de alterar qualquer apuração eleitoral.

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou na segunda-feira (16), que pediu à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar o ataque cibernético do primeiro turno das eleições municipais, que  consistiu de 436 mil conexões por segundo na manhã deste domingo a fim de tentar derrubar o sistema do Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com o ministro, os disparos massivos foram provenientes de Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia.

Fonte: Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados

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