Bolsonaro é indiciado por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações

Segundo a Polícia Federal, existem evidências de que Bolsonaro esteve envolvido em dois delitos associados a um esquema de adulteração de cartões de vacinação.

Foto: Carolina Antunes/PR

Nesta terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de supostamente estar envolvido em dois delitos ligados a um esquema de adulteração de cartões de vacinação.

Segundo os investigadores, um conjunto de indivíduos associados a Bolsonaro inseriu dados falsos em um sistema do Ministério da Saúde, com o objetivo de favorecer o ex-presidente, seus familiares e colaboradores. Além de Bolsonaro, mais 16 pessoas foram acusadas.

De acordo com a Polícia Federal, Bolsonaro teria cometido os seguintes crimes:

Após a acusação feita pela Polícia Federal, o caso agora passa para a avaliação do Ministério Público Federal (MPF), que irá determinar se irá ou não formalizar uma denúncia contra o ex-presidente.

Associação criminosa

Visto como um delito contra a tranquilidade pública, a formação de quadrilha (conforme o artigo 288 do Código Penal) é caracterizada quando um grupo de três ou mais indivíduos se junta com o propósito específico de praticar crimes.

A legislação penal prevê uma pena de reclusão de um a três anos.

Se houver o uso de armas ou a participação de menores de idade, a pena pode ser aumentada em até 50%. Assim, em tais circunstâncias, uma pena original de três anos pode ser estendida para quatro anos e meio.

Inserção de dados falsos em sistema de informações

Também referido como peculato eletrônico, este delito está estabelecido no Código Penal.

Este crime ocorre quando um servidor autorizado facilita a inserção, altera ou exclui dados falsos em sistemas de informação ou bancos de dados do setor público, com o objetivo de causar prejuízo ou obter benefício indevido para si ou para terceiros.

A punição estipulada para este crime é de reclusão de 2 a 12 anos, além de multa.

Veja a lista de indiciados e os crimes imputados:

Mauro Cesar Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

  • Falsidade ideológica de documento público
  • Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Uso de documento falso
  • Associação criminosa

Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid

  • Falsidade ideológica de documento público
  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Uso de documento falso em nome próprio e das filhas

Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal pelo MDB-RJ

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa

Luís Marcos dos Reis, sargento do Exército, ex-integrante da equipe de Mauro Cid

  • Falsidade ideológica de documento público
  • Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações

Farley Vinicius Alcântara, médico que teria envolvimento no esquema e sobrinho de Luís Marcos dos Reis

  • Falsidade ideológica de documento público
  • Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações

João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ)

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa

Max Guilherme Machado de Moura, segurança de Bolsonaro

  • Uso de documento falso
  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa

Sergio Rocha Cordeiro, segurança de Bolsonaro

  • Uso de documento falso
  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa

Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações

Eduardo Crespo Alves, militar

  • Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações

Ailton Gonçalves Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL-RJ em 2022

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Falsidade ideológica de documento público
  • Associação criminosa

Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações

 

Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa

Célia Serrano da Silva, secretária de Saúde de Duque de Caxias

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa

Com informações do G1.

 

 

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