Por Luisa Fragão.
O presidente Jair Bolsonaro iniciou seu discurso na abertura da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (22) atacando o Judiciário, os governadores e a imprensa pela postura adotada durante a pandemia do coronavírus. O ex-capitão também voltou a minimizar as queimadas na Amazônia e Pantanal, defendendo a política ambiental brasileira.
“Quero lamentar cada morte ocorrida [durante a pandemia]. Desde o principio alertei que tínhamos dois problemas: o vírus e o desemprego, e que os dois deveriam ser tratados simultaneamente. Por decisão judicial, as orientações de isolamento e liberdade foram delegadas aos estados. Segmentos da imprensa politizaram o vírus espalhando pânico no país com o discurso do ‘fique em casa’”, criticou o presidente.
Em seguida, Bolsonaro passou a elogiar os setores do país que não interromperam as atividades durante a pandemia, como a agropecuária. “O Brasil continuou a alimentar o mundo”, disse o presidente, omitindo a alta no preço dos alimentos registrada nas últimas semanas no país. Ele também chamou a legislação ambiental brasileira de “a melhor do mundo”.
“Somos vítimas da mais brutal campanha de desinformação sobre a Amazônia”, continuou Bolsonaro, que voltou a dizer que o país é líder na conservação das florestas tropicais. Em seguida, o presidente disse que as florestas brasileiras não pegam fogo pois são “úmidas”, e que as queimadas são resultado das “temperaturas altas” e ações de “caboclos e indígenas”.
No fim do discurso, o presidente falou em combate ao que chama de “cristofobia” e aproveitou para elogiar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo acordo de paz entre Israel e os Emirados Árabes. Por conta da pandemia do coronavírus, todo o discurso de Bolsonaro foi gravado na semana passada e reproduzido apenas em vídeo no evento.