Na última semana, Bolsonaro chamou de fake news a informação de que o ministro seria demitido. Em uma publicação na sua conta no Twitter, o presidente afirmou que sofria “fake news diárias” como era o “caso da ‘demissão’ do Ministro Vélez“.
A escolha de Vélez para o comando do Ministério da Educação foi uma indicação de Olavo de Carvalho, considerado 1 “guru” dentro do governo. Os 2, no entanto, afastaram-se em meio a uma crise que já se estende por meses. Olavistas, militares e técnicos travam uma disputa interna no ministério que já levou a dezenas de demissões.
Nos últimos 3 meses, ao menos 12 pessoas já deixaram o Ministério da Educação. Nesta 4ª, Paulo César Teixeira anunciou sua saída da coordenação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Na 3ª (26.mar.2019), Marcus Vinícius Rodrigues foi demitido da presidência do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
De acordo com Vélez, a exoneração de Marcus deu-se “porque o diretor-presidente do Inep puxou o tapete” por ter mudado de entendimento sobre Base Nacional Curricular e assinado a portaria que suspendeu a avaliação de alfabetização (que posteriormente foi revogada). O ministro deu a declaração na Comissão de Educação da Câmara.
Na 2ª (25.mar.2019), a secretária de Educação Básica do MEC, Tânia Leme de Almeida, pediu demissão depois de não participar da decisão de suspender a avaliação de alfabetização.
MEC EM CRISE
O Ministério da Educação passa por uma guerra de cargos no alto escalão. Na 1ª onda de demissões, 6 servidores foram desligados da pasta:
- Ricardo Wagner Roquetti: diretor de Programa da Secretaria-Executiva do MEC;
- Tiago Tondinelli: chefe de gabinete do ministro da Educação;
- Eduardo Miranda Freire de Melo: secretário-executivo adjunto da Secretaria-Executiva do Ministério da Educação);
- Claudio Titericz: diretor de programa da Secretaria-Executiva do Ministério da Educação;
- Silvio Grimaldo de Camargo: assessor especial do ministro da Educação;
- Tiago Levi Diniz Lima: diretor de Formação Profissional e Inovação da Fundação Joaquim Nabuco.
- No dia seguinte (12.mar.2019), Vélez demitiu o número 2 na hierarquia da pasta, o então secretário-executivo Luiz Antonio Tozi. Anunciou como substituto Rubens Barreto da Silva, que ocupava o cargo de secretário-executivo adjunto. A indicação não vingou e Rubens também foi demitido.
Pela 2ª vez naquela semana, o ministro da Educação confirmou 1 outro nome: Iolene Lima, que fazia parte do quadro da Secretaria de Educação Básica. A mulher é uma evangélica que defende que a bíblia deve ser a base para o ensino infantil nas escolas.
Não durou muito tempo. Oito dias após ser anunciada, Iolene deixou o cargo. A nomeação nem chegou a ser publicada no Diário Oficial.