O bolsonarismo deu sinais de que sentiu fortemente a derrota para o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quarta-feira (8), na eleição que o reconduziu à presidência do Senado e do Congresso Nacional.
O triunfo de Rogério Marinho (PL-RN) no Senado era essencial para o grupo de extrema direita disputar algum protagonismo institucionalmente no Congresso. Ainda na madrugada desta quinta um aliado de Bolsonaro, o senador Marcos do Val (Podemos-ES), chegou a fazer acusações contra o ex-presidente e anunciar renúncia. Mas recuou.
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Depois de Jair Bolsonaro (PL) perder para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro e após o golpe fracassado de 8 de janeiro, o Senado presidido por Marinho seria um bunker a partir do qual o bolsonarismo manteria as instituições sob tensão. “O Senado vai ser fundamental para mantermos o país na linha”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o filho 01 do ex-presidente, antes do resultado.
O Supremo Tribunal Federal e o ministro Alexandre de Moraes, com ameaças sistemáticas de impeachment do magistrado, seriam alvo permanente, dado o poder do presidente do Senado acolher o processo. Com a derrota de Marinho, aliados do ex-presidente e ele próprio parecem ter perdido o rumo, com ataques mútuos de traição e indicações de que a “tropa” está desorganizada.
Cidadania italiana
Diante de um cenário de cada vez mais denúncias sobre o seu colo, Bolsonaro já insinua que pode fugir para a Itália. Nesta quinta, as agências de notícias informaram que ele cogita a ideia.
“Pela legislação, eu sou italiano. Eu tenho avós nascidos na Itália, e a legislação de vocês diz que sou italiano”, declarou ele a uma jornalista do Corriere della Sera — jornal de Milão.
Ao ser questionado se pretende pedir a cidadania, Bolsonaro desconversou e disse apenas: “Pouquíssima burocracia e cidadania plena”.
O senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filhos do ex-presidente, protocolaram seus pedidos de cidadania por direito de sangue na embaixada italiana em Brasília. No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse recentemente que o ex-mandatário ainda não solicitou o reconhecimento da dupla cidadania.
Um bisavô paterno de Bolsonaro era de Anguillara Veneta, município do norte da Itália que concedeu cidadania honorária para o ex-presidente em 2021. Já seus avós maternos eram de Lucca, na Toscana.
Com informações de Eduardo Maretti, da RBA.