Bolsonaro cometeu crime após vazar informações sigilosas, conclui PF

Foto: Alan Santos/PR

Sob a justificativa do foro privilegiado, a Polícia Federal não indiciou Bolsonaro, mas concluiu nesta quarta-feira (2) que ele cometeu crime, em uma live, ao divulgar informações sigilosas de uma investigação. Segundo a PF, houve o crime de divulgação de segredo e as conclusões serão entregues ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pelo caso.

Ao lado do deputado Filipe Barros (PSL-PR), que, segundo a PF, forneceu o conteúdo do inquérito ao presidente, Bolsonaro revelou, no dia 4 de agosto do ano passado, que estava sendo apurado um ataque ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, dando a entender que havia risco para as eleições.

“Conforme o conjunto probatório, há lastro para afirmar que Filipe Barros Baptista de Toledo Ribeiro obteve acesso à documentação com o argumento de que a empregaria no exercício de suas funções como relator da PEC no 135/2019, mas utilizou referido material para auxiliar Jair Messias Bolsonaro na narrativa de vulnerabildade do sistema eleitoral brasileiro”, diz a PF.

“Considerando os elementos de interesse coligidos, que apontam a autoria, a materialidade e as circunstâncias da divulgação, de conteúdo de inquérito policial por funcionários públicos (presidente da República, ajudante de ordem e deputado federal), na live do dia 4 de agosto de 2021 e sua publicização por diversos meios, com o nítido desvio de finalidade e com o propósito de utilizá-lo como lastro para difusão de informações sabidamente falsas, com repercussões danosas para a administração pública, dá-se por encerrado o trabalho da Polícia Judiciária da União”, completou.

“Informações sigilosas que foram fornecidas à Polícia Federal para auxiliar uma investigação foram vazadas pelo próprio presidente da República em redes sociais, divulgando dados que auxiliam milícias digitais e hackers de todo o mundo que queiram tentar invadir nossos equipamentos. O presidente da República vazou a estrutura interna da TI do TSE”, lembrou o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso durante a abertura dos trabalhos do judiciário nesta terça-feira (1º).

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