247 – Com a má repercussão de um vídeo sobre um encontro entre membros do governo, no dia 22 de abril, Jair Bolsonaro anunciou o fim das reuniões ministeriais. Ele já não permitiu a gravação da reunião desta terça-feira (12) e disse que as reuniões agora serão individuais.
Uma vez por mês, após a cerimônia de hasteamento da Bandeira Nacional em frente ao Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse que fará “uma confraternização mensal de ministros”, em referência ao café da manhã com sua equipe.
Bolsonaro também afirmou que, por ele, o vídeo da reunião do dia 22 pode ser divulgado, mas apenas o trecho que é alvo do processo. No encontro, ele teria dito ao então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que a troca de superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro era necessária para proteger seus filhos de eventuais investigações.
Sobre a reunião, Bolsonaro disse que, por ele, o vídeo pode ser divulgado, mas apenas o trecho que é alvo do processo. “Vou levar, aproveitando a tua sugestão aí, ao AGU [advogado-geral da União], o ministro [José] Levi, se a gente pode divulgar essa parte. Se eu não me engano, o Celso de Mello [ministro do STF] ontem oficiou aí o advogado do Moro, a AGU e a Justiça exatamente para ver se a gente entra nessa linha para divulgar, mesmo com os palavrões que eu falo sempre”, acrescentou.
De acordo com Bolsonaro, o seu ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, “se equivocou” ao dizer que houve menção à PF na reunião de 22 de abril. Ramos e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, prestaram depoimento nesta terça-feira (12) e afirmaram que Bolsonaro mencionou o nome da PF ao cobrar relatórios de inteligência.
“O Ramos se equivocou. Mas como é reunião, eu tenho o vídeo. O Ramos, se ele falou isso, se equivocou”, afirmou.
As supostas tentativas de Bolsonaro na PF ganharam destaque no noticiário nacional no dia 24 de abril, quando Sérgio Moro deixou o governo, após o seu então chefe exonerar Mauricio Valeixo da Diretoria-Geral da corporação. Em coletiva de imprensa naquele dia, o ex-juiz apontou crime de responsabilidade de Bolsonaro.
“O presidente me relatou que queria ter uma indicação pessoal dele para ter informações pessoais. E isso não é função da PF”, denunciou.