Em visita à Arábia Saudita, Jair Bolsonaro anunciou que vai usar o aparelho do Estado para “afastar o fantasma que querem colocar no meu colo”, sobre o envolvimento dele como “mentor” do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ). O presidente afirmou que já acionou o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, para tomar depoimento do porteiro que teria envolvido seu nome.
“Estou conversando com o ministro da Justiça para a gente tomar, via PR, um novo depoimento desse porteiro para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez”, disse Bolsonaro na madrugada desta quarta-feira (30) – no horário de Brasília -, segundo informações da BBC Brasil no Twitter.
Bolsonaro já levantou a tese de que “o porteiro ou se equivocou, ou não leu o que assinou”. “Pode o delegado ter escrito o que bem entendeu e o porteiro, uma pessoa humilde, ter assinado embaixo”, disse, acusando mais uma vez o envolvimento do governador fluminense, Wilson Witzel (PSC-RJ).
“Nós sabemos que (porteiros) são pessoas humildes, que quando são tomadas depoimento, sempre ficam preocupadas com algo. O porteiro está sendo usado pelo delegado da Polícia Civil, que segue ordens do Sr. Witzel governador.”
Aos berros
Em uma live transmitida na noite desta terça-feira (29), em que se mostra totalmente descontrolado, Bolsonaro se mostrou completamente abalado com as revelações trazidas pelo “Jornal Nacional”, da Globo, na noite desta terça-feira (29), que o associam ao assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018.
“Eu não deveria perder a linha, sou presidente, mas confesso que estou no limite com vocês”, disse, após inúmeros berros, em referência à Globo, principal alvo de seus ataques.
“Vocês, TV Globo, o tempo todo infernizam minha vida, porra! Agora Marielle Franco, querem empurrar em cima de mim? Seus patifes! Canalhas! Não vai colar! Não tinha motivo pra matar ninguém no Rio de Janeiro”, disparou.
Segundo a reportagem da Globo, Élcio Queiroz, ex-policial militar, teria afirmado à portaria do condomínio em que morava o presidente que iria para a casa de Jair Bolsonaro, mas se dirigiu a casa de Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos contra Marielle, que fica no mesmo condomínio. Segundo depoimento do porteiro que estava na guarita, uma pessoa identificada como “Seu Jair” autorizou a entrada de Élcio no mesmo dia do assassinato da vereadora. Saiba mais aqui.
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