É inadmissível o grau de subserviência de Bolsonaro aos interesses de Trump. A declaração de que o governo brasileiro não comprará a vacina chinesa contra a Covid-19 é mais uma demonstração de que temos um presidente genocida.
Bolsonaro se move por ódios particulares e ideologias importadas, não pela necessidade de salvar vidas e pelo bem comum de nosso povo. Não podemos negar às pessoas a vacina que lhes permitirá voltar à vida normal, livres de uma doença que já matou mais de 150 mil brasileiros.
É mais um absurdo, dentre muitos. Para se alinhar aos Estados Unidos, Bolsonaro também cogita barrar a empresa chinesa Huawei da rede nacional de 5G, o que pode gerar uma retaliação do país asiático contra nossos produtos. Vale lembrar que 40% das nossas exportações agrícolas são para a China.
Recentemente, Bolsonaro renovou a cota de etanol dos Estados Unidos que pode entrar no Brasil sem pagar imposto de importação, com claro prejuízo ao setor sucroalcooleiro nacional. O presidente do Brasil penaliza seu país, para que Trump ganhe votos dos produtores de grãos dos Estados Unidos.
A boa vontade com os Estados Unidos não é recíproca. Os norte-americamos continuam impondo tarifas de 140% sobre o açúcar brasileiro. E a amizade unilateral com Trump não impediu os Estados Unidos de colocarem barreiras para restringir a entrada de produtos da siderurgia brasileira e proteger a indústria local.
Bolsonaro já havia anunciado o desejo de comprar armas no exterior, num aceno à indústria bélica dos Estados Unidos. O presidente não só quer armar a população, mas com armas estrangeiras. A notícia gerou preocupação em setores do Exército e na indústria nacional de segurança.
Ao atuar como funcionário de Trump, Bolsonaro agora não só comete crimes de lesa-pátria, como de lesa-humanidade, pois atua contra a vida. Deveria mudar seu slogan para “Trump acima de tudo, Brasil ao Deus dará”.