Bolsa Família vence prêmio ISSA, o Nobel Social

Fundada em 1927 e reconhecida por 157 países, Associação Internacional de Seguridade Social concede seu maior prêmio ao Bolsa Família. Reconhecimentos ocorrem apenas de três em três anos. Atacado por setores conservadores no Brasil, programa foi julgado como “experiência excepcional e pioneira na redução da pobreza”

bolsa-familia-premio-issa1O governo não tem como não comemorar. Polêmico no Brasil, onde é alvo de ataques em razão de falhas pontuais e, também, pelo que é visto por muitos como ‘caráter assistencialista’, o programa Bolsa Família acaba de receber aquele que é considerado o prêmio Nobel da seguridade social.

Trata-se do Award for Outstanding Achievement in Social Security, concedido pela Associação Internacional de Seguridade Social. Com sede na Suíça, essa entidade foi fundada em 1927 e é reconhecida por 157 países e 330 organizações não governamentais. O grande prêmio, concedido depois de uma série de pesquisas in loco, só é concedido a cada três anos.

O Bolsa Família, que está completando 10 anos de existência no atual formato, foi considerado pela ISSA como “uma experiência excepcional e pioneira na redução da pobreza e na promoção da seguridade social”.

Em coletiva de imprensa concedida no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta manhã, em Brasília, a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou que a “premiação internacional reconhece o esforço do país para construir uma rede de proteção social”.

O instituto apresentou um estudo inédito sobre o impacto da iniciativa, que completa dez anos, na economia. De acordo com Marcelo Neri, presidente do Ipea, se o Bolsa Família fosse extinto, a pobreza passaria de 3,6% para 4,9%. “É um impacto de 28% e o efeito aumenta ao longo do tempo”, afirma Neri.

Ainda segundo o estudo, apresentado por ele, “cada real gasto com o Bolsa Família impacta a desigualdade 370% mais que a previdência social” e faz a economia girar 240%. O presidente do Ipea afirmou que, comparado com outras despesas, o programa consome poucos recursos (0,5% do PIB). “Os EUA gastam 2% do PIB com programas sociais, e os países europeus ainda mais”, lembrou.

Leia a íntegra do estudo aqui.

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