Há três meses, familiares de jovens indígenas ocupam o prédio do antigo Centro de Saúde, que está abandonado a quatro anos pelo Estado. Eles lutam pela implementação efetiva de políticas públicas de permanência estudantil e pela criação de um centro de apoio e valorização de sua cultura. São as próprias famílias que mantêm o local limpo e seguro para a comunidade.
Não bastam isenções de taxas de estudo: são muito difíceis as condições para se manter na universidade e sobretudo, nesta cidade. Por isso, os indígenas têm vivido nas ruas de Blumenau, expostos a todo tipo de violência. Entre outros fatores, sofrem com a negligência do Estado na implementação das condições da permanência estudantil. Além disso, a população de Blumenau geralmente desconhece as questões indígenas; aí surgem as hostilidades e discriminações.
Pra piorar, o abandono do Centro de Saúde facilita para a especulação imobiliária com o terreno e o abandono dos edifícios pelos governantes força a população (os que podem pagar) a procurar serviços privados de saúde, quando estes são de prestação obrigatória pelo Estado.
Convocamos a comunidade, os movimentos sociais para que se unam à luta dos familiares de indígenas que estudam em Blumenau. Esta é uma causa que, no fim, é a luta contra a precarização das condições de vida e de trabalho da população.
Convidamos a todos para conhecer esta comunidade indígena e a luta pela permanência dos estudantes. Como medida imediata, pedimos todo tipo de ajuda, seja com a estrutura do prédio (fios elétricos, canos, portas, janelas, louça para banheiro), seja de alimentos, produtos de higiene pessoal, materiais de limpeza, cobertores, colchões etc.
Todo apoio à luta dos povos nativos!