Por Barbijaputa.
O machista de sempre está com os dias contados, e ele sabe disso. Por isso ele se reciclou e se reinventou, abandonando o clássico “tinha de ser mulher!” e tornou-se o passivo-agressivo: “eu acredito na igualdade, porém você não busca isso” ou a última novidade: “você não é feminista, é femista”. Para cada onda do feminismo, há uma onda de machismo, que se ajusta ao contexto para tentar manter seu status. Eis algumas formas para que você reconheça o neomachista, já que, com apenas um olhar, eles podem parecer pessoas normais.
Flickr/CC/Amanda Vieira
Manifestação da Marcha das Vadias em Brasília
1. Usa a palavra femista (que equivale à norma culta de “feminazi”): o femismo, segundo os neomachistas, engloba todas aquelas feministas com as quais eles não estão de acordo. É um movimento que tem, ao que tudo indica, o objetivo oculto de conseguir acabar com o patriarcado para instaurar um matriarcado. O neomachismo argumenta que as femistas odeiam os homens, os motivos deste ódio podem estar sendo causados por vários motivos:
a) Porque você é má. (Existe alguma coisa pior do que uma mulher má?);
b) Porque um homem alguma vez fez alguma coisa para você e você desconta em todos eles. (Por acaso uma mulher pode ficar com raiva ou sofrer na vida por algum motivo que não tenha a ver com um homem?);
c) Porque você não pratica sexo como deveria. (Já sabemos que o pênis é a solução para todos os nossos problemas, e se não fazemos sexo com frequência, aconteça o que acontecer, não nos relaxamos, ficamos com raiva e pagamos essa frustração contra o homem);
d) Você é lésbica. (Imagine uma mulher que nunca viu um pênis, UAU, como isso pode acontecer!?).
e) Todas as respostas anteriores estão corretas.
2. O neomachista defende a igualdade, porém o que ele entende por igualdade, não o que você, mulher, entende. O neomachista sempre dirá a você que ele acredita que todos somos pessoas e que por esse motivo não se pode diferenciar os gêneros. Ele ficará incomodado se lhe parecer que você luta (ou inclusive fala sobre feminismo) demais, porque uma coisa é acreditar na igualdade, e outra é pegar pesado sobre o assunto. Uma coisa é “ajudá-la” em casa e outra dividir tarefas de casa meio a meio. Uma coisa é combater o machismo, e outra é deixar que as mulheres escrevam artigos feministas sem lhe tirar a razão em vários pontos: igualdade, sim, porém sem crescermos muito, não vamos ficar bitoladas. O neomachista quer, basicamente, que defendamos a igualdade em voz baixa, naquele canto, onde o barulho não chegue a incomodá-lo.
Flickr/CC/Terence McCormackManifestante segura cartaz onde se lê “Feminazi: porque querer ser tratada como um ser humano é o mesmo que invadir a Polônia”
3. O neomachista enfiará seu nariz em toda conversa sobre feminismo na qual você estiver para fazer você, mulher, enxergar que está equivocada, e porque sua argumentação está errada ou incoerente: “mas por que quando você não paga nas baladas, você não reclama, hein?”. Depois ele vai explicar a você qual é a melhor forma de procurar pela igualdade: “na Arábia Saudita sim elas estão mal, veja ali primeiro onde elas estão piores se você se importa tanto pela igualdade”. Ele também fará com que as medidas tomadas contra assassinatos sexistas pareçam leis muito injustas para eles: “com a Lei Maria da Penha”, os homens inocentes são presos apenas porque a mulher quer, é essa a igualdade que você defende?”. O neomachista não se baseará em fatos, não dirá que a lei salva vidas, e que as denúncias falsas são irrisórias (como pode ser possível que escutemos as palavras “denúncias falsas” e já saibamos que falamos de mulheres perversas denunciando homens inocentes, se, no âmbito geral, as denúncias falsas por violência de gênero são minoria, e a grande maioria são por roubo de celulares?).
4. Um bom neomachista vai acusar você de ser vitimista para, logo em seguida, se fazer de vítima: “a grande maioria dos assassinatos são de homens, não de mulheres”, obviamente ele não dirá a você que esses assassinatos são cometidos por outros homens.
5. A variedade de argumentos do neomachista será tão variada quanto os argumentos que você tiver para defender a igualdade, ele sempre terá uma réplica falsa, nunca lhe dará a razão ou, pior ainda, dará parcialmente, para que você também ceda e não seja tão cabeça dura.
6. Todo neomachista que se preze dirá a você que ele acredita no feminismo, porém no feminismo de verdade, não nesse que quer a supremacia da mulher. E de fato, ele pensa que esse feminismo existe. Acredita firmemente que há um movimento de mulheres que odeiam homens e que planejam conquistar o mundo e colocar outras mulheres em cargos que não merecem. Que há um ativismo na sombra que pretende que se legisle para prejudicar o homem em tudo que for possível, um movimento cheio de mulheres loucas que pretendem instaurar um sistema que os oprima, que lhes faça cobrar menos, um sistema que faça com que a medicina pesquise menos os seus males, que consiga que passem medo pelas ruas quando se encontrarem com outras mulheres, um sistema que os coisifique e os subestime e que, em última instância, os mate por considerá-los menos humanos.
Flickr/CC/Felipe Braga
Protesto realizado na Unesp de Rio Claro contra a morte de uma estudante
E esse sistema que pretende este hipotético femismo é considerado por eles como inaceitável. Por isso, para evitá-lo, eles brigarão contra ventos e mares, se revoltarão com cada artigo feminista que lhes parecer ameaçador, desprezarão e tirarão sarro de cada reflexão feminista, humilharão todos os homens que lutarem junto às mulheres contra o patriarcado e buscarão brechas, em qualquer coisa que você disser, relacionada a este tema para convencê-la de que você tem de parar com essa mania feminista tão feia que você tem.
É interessante que o que pretende o hipotético femismo é justamente a mesma coisa que já temos, porém com eles oprimidos em vez de nós. E mais interessante ainda é que contra o sistema já existente no qual vivemos não os vemos tirar as unhas, nem argumentar contra, nem brigar com a mesma fúria que empregam contra este sistema imaginário que pretendem as supostas femistas. É digno ver como lutam com ferocidade contra algo que não é nada mais do que uma hipótese de quem não entendeu nada, mas não contra uma estrutura que já existe, simplesmente porque eles não são os afetados e sim os privilegiados.
O guia para entender os neomachistas termina aqui. Continuaremos informando porque, lamentavelmente, eles continuarão se reinventando.
Tradução: Mari-Jô Zilveti
Texto publicado originalmente pelo site El Diario e Opera Mundi.
Vamos ver… Presidente do Brasil, mulher, presidente da Argentina, mulher, presidente do Chile, mulher, Presidente do FMI, mulher, cargos importantes ocupados na ONU, são de mulheres. O que elas querem, direitos iguais, o que nunca falam, deveres iguais. No mundo delas o homem deve, mesmo que elas não queiram, suprir a mulher no que elas precisam, no mundo como é, mulher não sustenta homem, por mais que ele precise ( ele que se dane ). As mulheres sofrem mais na mão de homens que ao contrario, porem as leis são mais a favoraveis as mulheres. No Brasil, mulheres se aposentam mais cedo e quando mães tem direito a 4 meses remunerados em casa. Ja o homem…
Esse tal de direito igual, é no minimo, andar nua, trem, metro, onibus, rua e em geral, como se ja não bastasse nos bailes de funk, revistas, novelas, eventos e sites, e que o homem, fique quieto so olhando, ou nem isso. Quando seria mais facil pedir uma lei que proiba o homem de andar semi- nu (eca).Sem dizer que ha pouco tempo uma mulher foi absolvida por ter feito sexo com um menor de 11 anos na Inglaterra, e aqui no Brasil, uma mulher entrou em vestiário masculino, atrás de entrevista com jogadores de futebol na decada de 80, com o argumento ” não tem nada ali que não tenha visto antes “. Isso tudo abre precedente nesse tal de direitos iguais em tudo, deveres em nada. Pois agora sob essa otica, um homem pode ter relações com uma menor de 11 anos e ser absolvido ou pode entrar em vestiario das mulheres com a mesma desculpa, não ha nada ali que não tenha visto antes, e não queira ver de novo.