O poeta, professor e crítico Rei Berroa e o Professor da UFPE Juan Pablo Martín compuseram uma mesa sobre literatura latino-americana na noite de ontem (17/05), no auditório da UPE, no Campus Petrolina.
Abrindo a discussão, Martín focou nas relações entre a literatura espanhola e brasileira, exemplificando o uso da quaderna: estrutura em versos tipicamente espanhola e utilizada por Ariano Suassuna. “Conhecer a literatura espanhola ajuda a entender a literatura brasileira e nordestina”, diz o professor. Suassuna, segundo Martín, é um forte exemplo das conexões entre Espanha e Brasil. “O Auto da Compadecida é um típico auto medieval”, exemplifica. Gregório de Matos e Francisco de Quevedo, Ramón Gomez de Lacerda e Mário de Andrade são outras aproximações que sugere.
Rei Berroa optou por fazer um percurso pela história recente da poesia na República Dominicana, assim como as inevitáveis conexões com a política, a morte do ditador Trujllo e a complexa relação com o país vizinho, o Haiti. Problematiza também os conceitos de “dominicanidade” e “brasilidade”, que enquadram as expressões artísticas em um nacionalismo redutor. “Cada un de nosotros es una isla”, diz, citando Jorge Luis Borges. O papel da crítica é colocado, tanto no contexto dominicano quanto em sua ampla importância para a solidez do exercício literário.
No vídeo a seguir, Rei Berroa fala um pouco sobre as suas impressões do congresso:
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Imagem: Rei Berroa e Juan Pablo Martín falam sobre literatura latino-americana (Foto: Ricardo Moura).
Fonte: clisertao.com