Havana – A base aeronaval que os Estados Unidos ocupa em Guantánamo contra a vontade de Cuba, tem sido utilizada historicamente como plataforma de intervenção militar contra a ilha e outras nações da área, denunciou hoje a imprensa local.
Esta instalação foi o ponto de reunião e desprendimento das tropas enviadas por Washington em 23 de maio de 1912 para reprimir um levantamento organizado pelo Partido Independente de Color (PIC), o que deveio terceira intervenção militar dos Estados Unidos em Cuba.
Então o pretexto foi proteger vidas e propriedades dos cidadãos norte-americanos, ainda que a sangrenta repressão deixou como saldo a morte de mais de três mil cubanos negros e mestiços, rememora o jornal Granma.
Os efetivos estadunidenses ocuparam então várias cidades e povos cerca de Santiago de Cuba. Também a força estrangeira se desprendeu em Guantánamo, Soledad, Os Canos e outras localidades na região oriental da ilha.
O coronel Lincoln Karmany esteve à frente da Primeira Brigada Provisória, encarregada de executar a intervenção desde a base dos Estados Unidos em Guantánamo.
Ali Karmany foi destacado outra vez entre fevereiro e junho de 1913 ao comando da Segunda Brigada Provisória, composta por 72 oficiais e 2.100 soldados.
“Desde Guantánamo esta brigada interveio no Haiti em 1915, para uma ocupação que duraria até 1932. O período de 1915 a 1918 manteve muito ocupados pelos marinheiros em Guantánamo”, subscreve Granma, que menciona ações contra Cuba, Haiti e República Dominicana nesse lapso.
Essa base do Pentágono, na que segundo denúncias internacionais funciona um centro de detenção e tortura, também foi trampolim para invasões estadunidenses contra Granada, em 1983, e Panamá, 1989.
Desde ali, também, teve ações de apoio à invasão contra Cuba (Bahía de Cochinos)em abril de 1961, que foi derrotada nas areias de Playa Girón.
A primeira intervenção militar dos Estados Unidos na maior das Antilhas data do ano 1898, quando os cubanos combatiam por sua independência contra Espanha. Washington interveio na contenda, ao termo da qual arrebata Madri os territórios de Guam, Marianas, Carolinas, Palau, Filipinas e Porto Rico.
Até 1902 estendeu a ocupação de Cuba, à que se lhe impôs uma emenda pela qual a Casa Branca se adjudicava o direito de intervir militarmente no país vizinho, bem como estabelecer bases militares.
De 1906 a 1909 teve lugar a segunda intervenção norte-americana, em momentos em que se tinha produzido um grande aumento dos investimentos estadunidenses na ilha.
Fonte: Prensa Latina