Por Cristiana Andrade.
A Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou a evacuação de área a jusante da barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte, depois de ser informada pela Vale que a empresa estaria dando início ao nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (Paebem).
A ação teve início na madrugada desta sexta-feira (8) e envolve a retirada de cerca de 500 pessoas nas comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, todas situadas em Barão de Cocais. Grande parte delas foi levada para o ginásio poliesportivo da cidade, e parte para hotéis da região.
Uma guarnição do Corpo de Bombeiros e equipes da Defesa Civil já estão no local.
Em nota, emitida às 3h41 desta quinta, a Vale ressaltou que a decisão é preventiva e ocorreu após a empresa de consultoria Walm negar a Declaração de Condição de Estabilidade à estrutura.
Como medida de segurança, a empresa informou que está intensificando as inspeções da barragem Sul Superior. Também será implantado equipamento com capacidade de detectar movimentações milimétricas na estrutura. A Vale está trazendo consultores internacionais para fazer nova avaliação da situação no próximo domingo (10).
A mina de Gongo Soco é uma das mais antigas em operação no Brasil. Sua exploração teve seu início no século 19, durante o ciclo do ouro, da chegada dos ingleses e mecanização das minas no país.
Há exatos 15 dias, em 25 de janeiro, uma barragem se rompeu e afetou outras duas estruturas menores da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte. A tragédia da Vale deixou rastro de lama, com saldo de 157 mortos, 182 pessoas ainda desaparecidas e 133 desabrigadas. Mais de 300 homens, entre bombeiros militares e defensores civis, além de voluntários, atuam na área na busca pelos corpos.