Ônibus que acompanham a caravana de Lula pelo Sul do País foram alvos de ao menos três tiros na noite de terça-feira 27, na saída da cidade de Quedas do Iguaçu, no Paraná. A perícia policial já confirmou que houve disparos de arma de fogo nos ataques aos ônibus da caravana. Um dos veículos alvejados era ocupado por jornalistas que cobrem a agenda do ex-presidente.
Nem o absurdo episódio parece ter despertado a preocupação de alguns políticos brasileiros com a escalada de violência contra a caravana. O presidenciável tucanoGeraldo Alckmin e o futuro ex-prefeito e pré-candidato a governador João Doria preferiram culpar o PT pelo ocorrido.
Alckmin afirmou que os petistas “colheram o que plantaram”, pouco antes de assistir à pré-estreia de “Nada a Perder”, cinebiografia do bispo Edir Macedo. Segundo o pré-candidato do PSDB à presidência, integrantes do partido sempre partem para dividir o País e acabaram “sendo vítimas” da polarização que criaram.
Doria seguiu a mesma linha. “O PT sempre utilizou da violência, agora sofreu da própria violência”, disse o prefeito. Ele afirmou que não recomenda ovos, mas sim “a prisão” do ex-presidente. O chefe do Executivo paulistano já foi alvo de uma ovada em um evento em Salvador.
Enquanto os tucanos de São Paulo relativizam a violência, a senadora Ana Amélia incentivou os manifestantes no Rio Grande do Sul, ponto de partida da caravana de Lula. Em um encontro do PP para definir a candidatura do governo ao Rio Grande do Sul, a parlamentar elogiou os atos de manifestantes contra o ex-presidente.
+ Ana Amélia, o ódio de classe e a escalada fascista
“Penso que nós, o Rio Grande, sabemos fazer política de maneira respeitosa, atirar ovo, levantar relho, é para mostrar onde estamos nós, onde estão os gaúchos.”, discursou. “Por isso que hoje quero cumprimentar Bagé, Santa Maria, Passo Fundo, Santana do Livramento, que botou a correr aquele povo que foi lá levando um condenado.
Registros de episódios de violência na Caravana não têm sido incomuns. O PT relatou espancamentos de militantes. No Facebook, há fotos de cidadãos sendo chicoteados por grupos extremistas. A caravana é frequentemente alvo de ovos e pedras.
Pregos também foram jogados na estrada para furar os pneus dos ônibus. “A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus”, afirmou Lula pelo Twitter.
A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus.
— Lula (@LulaOficial) March 27, 2018