Temer fica. Com popularidade-quase-traço e mesmo após uma pesquisa Ibope revelar que 81% dos brasileiros querem Temer fora do poder, a maioria dos Deputados decidiu que ele permanece na presidência. A decisão pouco tem a ver com o bem comum ou com os interesses do país. Trata-se de negócios.
Há algumas semanas, o impacto das gravações feita nos subterrâneos do Palácio do Jaburu e as imagens de uma mala cheia de dinheiro reveladas pela JBS davam a Temer pouca esperança de permanecer no cargo. Situação difícil, mas o presidente, ele mesmo parlamentar de muitos mandatos, sabe bem como convencer boa parte de seus colegas Deputados.
De forma escancarada, transformou o Congresso Nacional num balcão de negócios e usou tudo o que o cargo oferece para salvar a si próprio: emendas, nomeações, anistias fiscais, distribuição de verbas e apadrinhamento de aliados. A farra dos políticos foi patrocinada com o dinheiro público que falta para a saúde, para a educação, para a segurança pública e que faz o país agonizar num mar de desemprego e desesperança.
Responsáveis por catapultar Temer à Presidência da República, a bancada ruralista da Câmara teve tratamento especial na troca de favores para mantê-lo no poder. Para estes Deputados, além do assalto aos cofres públicos, Temer se apressou em colocar o carro na frente dos bois para consolidar um plano que esfacela importantes conquistas socioambientais e de direitos humanos construídas ao longo das últimas décadas.
Fonte: IHU Online.