Por Fernando Brito.
Alberto Fraga, deputado do DEM que disse que Jandira Feghali (deputada do PCdoB RJ) deveria “apanhar como homem” foi poupado, no noticiário, de seu currículo “pacifista”.
“Fraga, ex-policial, foi o deputado mais votado no DF. Ele é réu em ação de improbidade, em ação penal por peculato, é investigado por crime previsto na Lei de Licitações e já foi condenado por porte ilegal de armas. O deputado já exerceu o cargo na Câmara, ocasião em que foi acusado de remunerar a empregada com recursos da Casa. No exercício da atividade policial, foi acusado de homicídio”.
Há dois meses, chegou ao STF o processo em que Fraga foi condenado, porque tem foro privilegiado.
Não pense que foi por ter um revólver calibre 38 sem registro, não.
A arma era um Magnum 357, “primo” daquele “canhão de bolso” do policial Dirty Harry, para quem viu os filmes dos anos 70, que não é arma de porte permitida.
Alem dos seis cartuchos que o municiavam, Fraga tinha num quarto de hotel outras 46 balas para esta arma, mais 145 de calibre 9 mm e 92 de .40, todas de uso restrito às Forças Armadas.
E mais, pasmem 1.112 projéteis de calibre “legal”.
1440 projéteis, no total.
Quem tem porte de arma legal, segundo portaria do Ministério da Defesa, pode comprar 50 munições por ano.
Para chegar às 1.400 munições apreendidas, era preciso que o Dr. Fraga tenha comprado toda a cota durante 28 anos, sem gastar uma balinha que fosse, nem que fosse para atirar em latas velhas ou garrafas.
Porque alguém teria tamanho paiol de munição?
Alberto Fraga diz que a frase foi “retórica”.
Considerando o tipo de argumentos que o deputado acumula, queira Deus que seja.
Fonte: Tijolaço