De acordo com informações da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, seção Pará (CTB-PA), muitas pessoas passaram mal com a pulverização.
Em novembro de 2017, as famílias acampadas foram despejadas de uma das fazendas do Complexo Cedro, vinculado ao grupo Agropecuária Santa Bárbara, no qual o latifundiário, banqueiro Daniel Dantas faz parte. As famílias seguem acampadas na fazenda ao lado do antigo acampamento e já começam a sofrer os primeiros ataques neste ano.
Cleber Rezende, presidente da CTB-PA, afirma que a situação está muito tensa na região. “Estamos vivendo momentos muito difíceis no país e no Pará por causa da ausência de um Estado que reúna condições de intervir nos conflitos e defender os direitos da classe trabalhadora”.
Pelo contrário, “o Estado é parcial e protege os grandes grupos econômicos e seus interesses”, denuncia. Nesse contexto, Rezende vê o assassinato do líder comunitário Paulo Sérgio Almeida Nascimento na segunda-feira (12) e da vereadora Marielle Franco na quarta-feira (14) como frutos dessa política do governo golpista contra a classe trabalhadora.
Ele explica que o governador Simão Jatene (PSDB) “não tem a mínima condição de mediar esses conflitos com a isenção necessária”, por isso, reafirma, “precisamos pedir a intervenção da ONU (Organização das Nações Unidas) como a única forma de garantir a vida das pessoas”.
Para o sindicalista paraense, “quem joga agrotóxico dessa maneira brutal em famílias acampadas pode fazer qualquer barbárie”. Por isso, “a CTB-PA defende a intervenção da ONU par garantir a segurança e os direitos de quem trabalha e produz”.
De acordo com ele, “nós trabalhamos contra a especulação imobiliária e por isso lutamos para garantir uma reforma agrária que dê terras para as famílias de camponeses poderem produzir alimentos”.