Por respeito a seus povos indígenas, a Austrália mudou a letra de seu hino nacional na virada do ano, anunciou o primeiro-ministro do país, Scott Morrison.
A partir desta sexta-feira (01/01), a frase “somos jovens e livres” muda para “somos unidos e livres”, como reconhecimento à história anterior ao período colonialista.
A mudança “não tira nada, mas acrescenta muito”, escreveu Morrison na quinta-feira em artigo para o jornal The Age. “A Austrália, como uma nação moderna, pode ser relativamente jovem, mas a história de nosso país é antiga”, afirmou o premiê, acrescentando que o país “reconhece e respeita seus povos indígenas”.A mudança foi implementada para reconhecer a história aborígene australiana, que remonta a dezenas de milhares de anos. Com a medida, a Austrália dá mais um passo no sentido de tentar sanar as injustiças de seu passado colonial e superar a desigualdade ainda existente entre os povos indígenas e o resto da população.
“Não é suficiente”
Linda Burney, a primeira mulher indígena no Parlamento australiano, foi uma das personalidades que saudou a mudança, mas ressaltou que ela não é suficiente. “O ponto realmente importante seria o reconhecimento na Constituição”, afirmou a deputada, do Partido Trabalhista.
Em 2020, os australianos devem votar num referendo sobre se os aborígines devem ser reconhecidos como primeiros habitantes do país na Constituição.
Com a colonização da Austrália pelos ingleses, os indígenas se tornaram uma minoria discriminada, oprimida e explorada.
Dos anos 1900 até a década de 1970, vigorava a doutrina política de “Austrália apenas para brancos”. Os aborígines eram vistos como uma raça primitiva e condenada à extinção. Somente em 1967 eles obtiveram a cidadania australiana.
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