Por Jaine Fidler Rodrigues, para Desacato.Info.
Ontem (9), na Praça Central de Chapecó, brasileiras, brasileires e brasileiros da região oeste catarinense participaram do Ato Nacional em Defesa da Democracia. Após o movimento terrorista registrado no Palácio do Planalto no domingo (8), o sentimento de indignação e desejo por justiça se fez presente.
Entre os manifestantes, estiveram representantes políticos como a Deputada Estadual, Luciane Carminatti, o Deputado Federal, Pedro Uczai, o vereador de Chapecó, Valdir Carvalho e a vereadora de Concórdia, Ingrid Fiorentin. Também somaram força ao ato, entidades sindicais, Movimento Sem Terra (MST), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), UJS, JPT, UP.
Segundo a presidenta do PT-Chapecó, Ana Munarini, participou da manifestação moradores de cinco municípios da região. Ela mencionou os atos de vandalismo e terrorismo e declarou: “a democracia não comporta este tipo de atitude, por isto a gente vem para a rua e vai ficar vigilante no período que for necessário para que o governo lula possa implementar as políticas para qual foi eleito e que não aja nenhuma tentativa de golpe, como foi feito ontem, com tremenda violência e vandalismo contra o Patrimônio Público”.
Ao considerar o contexto histórico, em algum momento, lembra-se de críticas feitas ao Movimento Sem terra, chamando-os de “violentos” ou até mesmo “baderneiros”. Ou então, ainda no governo Bolsonaro, quando o ex-ministro da educação, Abraham Weintraub, apontou manifestações em universidades como ‘balbúrdia’. As atitudes de domingo, não são somente controversas, como carregam hipocrisia e desumanidade.
Para a integrante do MST, da brigada 25 de maio, e moradora de Abelardo Luz, Jozivania Cardoso: “a luta precisa de nossa participação porque a gente está em SC e em Chapecó, onde a gente ouve o bolsonarismo, que parece que a maioria concorda com este fascismo que está acontecendo, esta cena de ódio… Elegemos um presidente porque ele é o único que pode nos representar, para a democracia é fundamental que a nossa opinião seja mantida”.
Já a professora e vereadora no município de Concórdia, Ingrid Fiorentin, questiona: “o que a democracia significa para o nosso povo brasileiro? É o nosso direito de ir e vir, de elegermos as pessoas que nos representam e que realmente possam estar tomando posse do seu direito, de estar governando em favor das pessoas sem ter nenhum tipo de ataque. A gente aceita opiniões contrárias aos nossos pensamentos, mas, o que a gente não aceita é terrorismo. Não podemos nos calar frente ao que aconteceu, o terrorismo não pode ser deixado impune.”
1º ato: Jovem se emociona ao contar sua experiência
Todo senso crítico, consciência quanto a importância de direitos humanos, constitucionais ou trabalhistas, inicia em algum momento para aqueles e aquelas que acreditam. É interessante pensar as manifestações como espaços de encontro, de identificação e de partilha.
O jovem transexual, Vynicius Gabriel Parnoff, contou animado sobre participar do primeiro ato público-político de sua vida. Para ele, foi revigorante lembrar que ele faz parte de um grupo. “Eu não preciso mais silenciar a minha voz por causa de um presidente. Eu como uma pessoa trans já faço parte de uma comunidade, fazer parte de uma comunidade ainda maior, revigora meu espírito,” disse, emocionado.
Após realizar caminhada na Avenida Getúlio Vargas, os manifestantes encerraram na Praça Central com a determinação de organizar forças para lidar com possíveis ataques e defender a democracia.