Cerca de cem atingidos pela Barragem de Fundão ocuparam a rodovia MG 129, na manhã de sexta-feira (14), em Mariana (MG). Eles protestaram contra a mineradora Samarco (Vale e BHP), pois estão há um ano e oito meses sem projeto definitivo de reassentamento das casas devastadas pela lama, após o rompimento da barragem no 5 de novembro de 2015.
“Decidimos nos manifestar e dar nosso recado para a Samarco. Vinte meses depois do crime, ainda não temos casa e a Samarco, por meio da Fundação Renova, continua negando nossos direitos. Não vamos ficar parados enquanto esperamos a boa vontade da mineradora em resolver um problema que ela mesma criou”, afirma Marta, da comunidade de Paracatu de Baixo.
Participam da atividade pessoas organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que vivem nos distritos de Bento Rodrigues, Pedras, Paracatu de Cima, Paracatu de Baixo, Campinas e Ponte do Gama, todos da cidade de Mariana.
Os atingidos de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira, este último pertencente ao município de Barra Longa (MG), vivem na incerteza sobre a destinação dos terrenos que eles escolheram para construção das novas comunidades. O terreno da nova comunidade de Bento Rodrigues está passando por debates técnicos em relação à possibilidade de acomodação da nova comunidade. Já a área escolhida para alocação do distrito de Paracatu de Baixo ainda não foi completamente adquirido pela empresa.
Toda essa situação gera muita angústia entre os atingidos. “Vamos lutar pelo o que é nosso até o fim, mesmo que a empresa queira nos cansar”, diz Maria do Carmo, atingida, militante do MAB, e moradora da comunidade de Paracatu de Cima.
Intimidação
Durante a manifestação, a Polícia Militar de Minas Gerais acompanhou os atingidos com armas e spray de pimenta. Após o ato, os atingidos liberaram a via por volta das 8 horas e se dirigiram para a porta da mineradora da Samarco. A PM parou o transporte que os atingidos se encontravam e novamente os abordou de forma truculenta.
O MAB repudia a intimidação, pois foi um ato pacífico, uma vez que os atingidos pela lama da Samarco são vítimas do maior crime socioambiental do Brasil.
Fonte: MAB.