Na madrugada do dia 15, atingidos pela barragem do Figueiredo, localizada entre os municípios de Iracema e Potiretama, ocuparam uma área do DNOCS para pressionar que os órgãos competentes do Estado acelerarem o processo de aquisição de terras para as famílias atingidas.
A ocupação conta com a participação de em torno de 50 famílias, que desde o início do processo de construção da barragem sofrem um conjunto de negação de direitos. A principal reivindicação da ocupação é o acesso a terra. Para tanto, as exigências das famílias são: Que o IDACE acelere o processo de aquisição das terras, garantindo assim o acesso das famílias a esse direito, e que o DNOCS retire os antigos proprietários, que continuam utilizando as terras já indenizadas.
Para o militante do MAB, Edpo Oliveira, “As famílias atingidas do Figueiredo já somam anos de descaso e violação de direitos. A construção dessa barragem, assim como muitas outras, são exemplos de um desenvolvimento que atende a poucos. Por isso, as famílias organizadas estão aqui lutando por direitos e dignidade”.
O processo de indenização e compras de terras na região para a construção da barragem também é bastante contraditório. Muitas das terras indenizadas continuam sendo utilizadas pelos antigos donos, enquanto isso, os atingidos estão há anos sem o direito de produzir e viver da agricultura, porque não dispõem de terra.
“Estamos lutando principalmente por terra, porque todos aqui são agricultores, mas estamos há anos sem produzir. Mas também é uma mobilização que pauta mais direitos para melhorar a nossa vida”, conta Dona Antônia, atingida pela barragem.