A escritora Carolina Maria de Jesus irá receber a Medalha Tiradentes post mortem. A homenagem é considerada a maior honraria do estado do Rio. O reconhecimento foi uma iniciativa da deputada estadual Mônica Francisco (Psol), aprovado na última quinta-feira (1), no Plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
A cerimônia de entrega da medalha ainda não foi definida, mas a expectativa é que seja feita pessoalmente para a família.
A parlamentar destacou que Carolina foi uma mulher negra, mãe solo, catadora de papéis que enfrentou o racismo e a falta de oportunidades que as mulheres e a maioria da população negra enfrentam no Brasil.
“A história Carolina de Jesus se parece com a de muitas mulheres negras de territórios favelados, inclusive com a minha. Carolina enfrentou toda a luta pela sobrevivência e ainda colocou no papel, tornando-se uma das principais autoras negras brasileiras. Doutora Carolina Maria de Jesus merece todas as homenagens e reconhecimentos”, declarou Mônica que é da favela do Borel, foi trabalhadora doméstica e lia os jornais do lixo das casas onde trabalhava.
Doutora
Carolina começou a ficar famosa em 1958. Trechos do diário da catadora de papel, que vivia na favela do Canindé, em São Paulo, foram publicados pelo extinto jornal “A Noite”. Além de ‘Quarto de Despejo: diário de uma favelada’, Carolina escreveu ‘Casa de alvenaria’, ‘Diário de Bitita’ e ‘Meu estranho diário’. A escritora morreu em 1977, aos 62 anos, em São Paulo.