A Direção do Sindprevs/SC e Diretores de Base das APSs da Gerência de Florianópolis e Região reuniram-se com o Gerente Executivo, José Crispim Correa. Estavam presentes também assessores do Gerente Executivo e chefias das APSs. Na pauta jornada de 30 horas, assédio moral, IMA Gdass, entre outros assuntos de interesse dos trabalhadores.
A Direção do Sindprevs/SC enfatizou que reuniu-se com todas as Gerências do INSS e está realizando reuniões nas Agências com os servidores para eleição dos novos Diretores de Base e Representantes de Aposentados e Pensionistas, sendo visível o clima mais animado nas APSs que estão realizando as 30 horas. Porém, o Sindicato destacou que nem tudo são flores e que os trabalhadores estão sendo pressionados para cumprir metas abusivas e impossíveis de serem atingidas diante da situação atual em que se encontra a Instituição, além de sofrer assédio por arte das chefias e de trabalharem com condições precárias. O Sindprevs/SC disse que as 30 horas, ou o turno ininterrupto como vem sendo chamado pela Administração, não podem ser usadas como forma de punir os trabalhadores, que tanto lutaram por esta conquista. A Direção do Sindprevs/SC questionou o conteúdo das resoluções 175 (lotação ideal) e 177 (implementação do turno ininterrupto), destacando que os números do governo não retratam a realidade da lotação ideal nas Agências e que as regras impostas na resolução 177 não foram acordadas nas negociações em Brasília. Os dirigentes sindicais presentes do Sindprevs/SC e Diretores de Base explanaram sobre a sobrecarga de trabalho e a pressão das chefias através de e-mails principalmente nas épocas de fechamento do clico do IMA/Gdass para o cumprimento de metas. Foi lembrado à Administração a falta de valorização e capacitação dos servidores por parte da Instituição. Foi colocado que nas Agências falta até mesmo água para os servidores, que os servidores estão fazendo a sua parte, porém a Instituição está deixando muito a desejar no sentido de garantir condições de trabalho adequadas, sendo que muitos servidores estão trabalhando doentes e/ou estão afastados por doença. Foi refrorçado ainda que a falta de servidores e o grande número de servidores em condições de aposentadoria não estão sendo considerados pelo governo na relação da lotação ideal.
Foi cobrado da Gerência mais empenho para incentivar os servidores da área meio a irem para as APSs e também buscar repor o quadro com servidores que estão cedidos a outros órgãos, além da necessidade de chamar mais concursados.
Saúde do Trabalhador
Os Diretores de Base disseram que não há uma preocupação da gestão do INSS com a saúde dos trabalhadores da Instituição e nem programas eficazes. Criticaram o Siass que hoje está voltado somente para a realização de perícias médicas e não para a prevenção. “O programa não funciona”, enfatizaram os dirigentes sindicais.
A Administração se defendeu dizendo que a Gerência envia projetos à Superintendência Regional Sul do INSS, mas que estes não são aprovados e encaminhados.
O Sindprevs/SC colocou à disposição do INSS a sua assessoria em Saúde do Trabalhador e propôs parcerias de trabalho visando o bem estar dos servidores.
O Gerente e as chefias o tempo todo ficaram na defensiva e discordaram que está havendo pressão pelo cumprimento de metas. No entanto, disseram que sabem da falta de servidores e que o número previsto de concursados a serem chamados não suprirá a falta de servidores na Gerência. Também disseram entender a grande demanda que há em algumas agências e que novas agências estariam para ser abertas na Gerência de Florianópolis. Estaria em fase de estudo a construção de um novo prédio para a Agência de Palhoça, a abertura de uma APS em Santo Amaro da Imperatriz e outras novas APSs uma em São João Batista e outra em Florianópolis, esta última ainda sendo decidido se o local seria no Sul ou Norte da Ilha. Em relação à APS de São José já teria sido feita a licitação para a reforma da Agência, que está apresentando problemas. Crispim disse que em dezembro devem vir novos servidores para a Gerência que atenderiam de imediato as necessidades das APSs com maior problemas a exemplo de Tijucas, Biguaçu, Palhoça e Lages. O Sindicato e os DBs presentes ressaltaram a vergonhosa situação da APSs de Lages que tem um número excessivo de estagiários.
Levantamento de dados
Os dirigentes sindicais informaram que os Diretores de Base da Gerência de Florianópolis estão levantado dados sobre a realidade dos seus locais de trabalho e que estes dados serão apresentados posteriormente ao Gerente Executivo no sentido de contrapor os dados do governo.
Promessa dos gestores
A Administração, Gerente e chefias, usaram o termo “analfabetismo funcional” para dizer que o cumprimento de metas é culpa de alguns servidores não saberem como funciona a Instituição. Disseram que para isso será colocado em prática um projeto chamado por eles de Agência Escola, que daria treinamento aos servidores iniciando pelos servidores da linha meio, inclusive sobre concessão de benefícios. Outra proposta da Administração é que seriam realizados mutirões nas APSs para zerar as agendas. “Seria como uma APSs nova, começando do novo com a agenda zerada. Isso daria ânimo aos servidores”, disse Crispim. O Sindprevs/SC questionou em que horário seriam dados os treinamentos pela Agência Escola, já que faltam servidores e os que estão trabalhando não podem ser liberados para nada. Além disso, o Sindprevs/SC chama a atenção tem a preocupação de que os mutirões, sem a contratação de servidores, seria uma solução paliativa.
A queda de Eliane Schmidt
Na reunião, por várias vezes, foi consenso entre sindicalistas e Administração a postura autoritária e distanciada dos trabalhadores e até mesmo da Gerência e das chefias das APSs da então Superintendente Regional Sul do INSS, Eliane Schmidt, e da dificuldade de negociação com ela. Foi colocado que havia rumores da sua queda como Superintendente e que não só Santa Catarina, mas os sindicatos do Rio Grande do Sul e do Paraná, já haviam, em Brasília, feito reclamações de postura da Superintendente. Que ela se recusa a debater com o Sindprevs/SC os problemas de Saúde do Trabalhador e que avaliou como negativamente a retomada das 30 horas e a implantação do turno ininterrupto nas Agências, mostrando-se fechada às negociações. Devido a isso, não foi surpresa ao Sindicato que no dia de ontem ela tenha perdido o cargo de Superintendente. O Sindprevs/SC lamenta a sua postura de desrespeito aos trabalhadores da Instituição e de intolerância às reivindicações do Sindicato no período que esteve no cargo.
O Sindprevs/SC avaliou como positiva esta primeira reunião ampliada entre Gerente, chefias e dirigentes sindicais e espera que a Administração cumpra a promessa de empenho para melhorar as condições de trabalho dos servidores e buscar saídas para que as 30 horas não sejam uma forma de punir os trabalhadores e sim de valorizar a categoria. O Sindicato deixou como proposta uma nova reunião ampliada daqui a um mês para ver o que foi encaminhado pela Administração no sentido de valorizar os servidores e melhorar as condições de trabalho.
Ficaram como sugestões iniciais propostas sobre Saúde do Trabalhador:
– Avaliação ergonométrica das APSs e ver o que é possível melhorar e
– Parceria com o Sindprevs/SC em ações de Saúde do Trabalhador, sendo que, para tanto, uma reunião já aconteceu no Sindprevs/SC neste dia 16 entre representantes da Administração/Programa saúde do trabalhador e a assessoria do Sindprevs/SC.
Por fim, o Sindprevs/SC espera que a nova Superintendente que assumir o cargo seja aberta ao diálogo com o Sindicato e respeite os trabalhadores.
Fonte: Sindprevs/SC