
Segundo levantamento da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), foram 75 ataques por meios digitais e outros 62 casos de violência física.
A maioria das ocorrências em meio digital (91%) são de exposição indevida de comunicadores, quando os agressores compartilham fotos ou perfis apontando que o profissional segue uma determinada ideologia e, assim, incentivam hostilidades em massa. As agressões ocorrem em especial no Facebook e no Twitter.
Entre os autores de violações contra jornalistas no meio digital estão pessoas públicas e políticos, como o economista Rodrigo Constantino, o humorista Danilo Gentili, os deputados federais eleitos Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann —ambos do PSL-SP— e os procuradores Marcelo Rocha Monteiro (MP-RJ) e Ailton Benedito (MPF-GO).
Em um desses ataques, a repórter Marina Dias, da Revista Encontro, com sede em Belo Horizonte, foi hostilizada ao ser confundida com a repórter da Folha de mesmo nome que publicou reportagem sobre a ex-mulher do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ter afirmado ao Itamaraty, em 2011, que foi ameaçada de morte por ele. A onda de hostilidades começou após uma postagem feita por Gentili no Twitter.
Já as ocorrências físicas estão relacionadas a coberturas de eventos de grande repercussão ligados às eleições.
Em 27 de março, a caravana de ônibus do ex-presidente Lula foi atacada a tiros em Quedas do Iguaçu (PR) – 26 jornalistas estavam em um dos veículos. “Só o acaso evitou a consumação de uma tragédia”, apontou a Abraji na época.
O novo levantamento já inclui dois casos de violência que aconteceram nesta semana.
A jornalista Miriam Leitão, da TV Globo, foi hostilizada nas redes sociais por apoiadores de Bolsonaro após dizer nesta segunda (8) que o capitão reformado representa um risco à democracia.
No último domingo (7), uma jornalista do portal NE10 foi agredida e ameaçada de estupro em Recife depois que dois homens notaram seu crachá, após deixar seu local de votação. Um deles usava uma camiseta com a foto de Bolsonaro.
“Ofensas, assédio e ameaças a jornalistas com o objetivo de silenciá-los são sintomas de desprezo pela democracia. O direito à informação, essencial para toda a sociedade, fica comprometido quando profissionais da imprensa são impedidos de exercer seu ofício livremente”, afirma a Abraji, em nota.
Um outro levantamento feito pela Abraji, a partir de dados disponíveis no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apontou que apenas 5 dos 13 candidatos à Presidência faziam alguma menção a liberdade de imprensa ou de expressão em seus programas de governo. (Com informações do Blog da Cidadania)
Já há assassinatos e ataques fisicos também a eleitores só por que demonstraram sua simpatia por Haddad como candidato. Veja o que já aconteceu nesta semana:
Mestre de capoeira é morto com 12 facadas após dizer que votou no PT, em Salvador
O fascismo avança: Professor é perseguido e agredido por aluno apoiador de Bolsonaro
Estudante da UFPR com boné do MST é espancado aos gritos de “Aqui é Bolsonaro”
Médica do RN rasga receita após paciente idoso dizer que votou em Haddad para presidente
A queima de livros do nazismo já dá sinais de fumaça aqui
Alguns, inclusive petistas, ainda acham que a onda é passageira. Não é. E nem será superada pelas eleições. Urge que se instale uma Frente Ampla Anti-Fascista para ajudar a desarmar os espiritos agora turvos pelo veneno do ódio inoculado nas pessoas pelas mentiras da grande mídia e pela distribuição organizada de Fake News por parte da campanha de Bolsonaro e de seus financiadores internacionais.
E diante dos ataques, ao ser questionado, Bolsonaro simplemente lavou as mãos. Ou seja, continua autorizando a violência.
Para que não tenhamos uma “Noite dos Cristais” pelas terras braileiras, é nescessário resgatar a democracia. E o começo da retomada da democracia só se dará com Haddad eleito Presidente da República. É o caminho da reunificação negociada e mediada. Senão, o caos se instalará.