O projeto de morte e as mentiras de João Rodrigues e Bolsonaro em Chapecó

Por Claudia Weinman, para Desacato. info.

O Portal Desacato conversou com a Advogada e Presidenta do Partido dos Trabalhadores de Chapecó, Ana Elsa Munarini, no JTT Oeste, apresentado ao vivo na noite de ontem, sexta-feira, dia 10 de abril. Ana trouxe reflexões sobre a vinda de Jair Messias Bolsonaro à cidade de Chapecó na quarta-feira, 7 de abril, no Dia Mundial da Saúde.

Assista a entrevista completa em nosso canal do YouTube:

Bolsonaro, em sua fala, transmitida ao vivo pela página da prefeitura de Chapecó, disse que não era médico e nem enfermeiro para salvar vidas, defendeu o tratamento precoce como fez João Rodrigues, prefeito de Chapecó, ao divulgar um vídeo no último dia 4 de abril, material que foi publicado no canal do YouTube de Jair Bolsonaro. João Rodrigues não falou sobre as UTIs lotadas e nem sobre os 551 mortos pela covid-19 em Chapecó, nem mesmo mencionou os mais de 33 mil chapecoenses infectados desde o início da pandemia.

Em entrevista, Ana Munarini avaliou o cenário em Chapecó e disse que as organizações populares têm acompanhado com muita preocupação o cenário nacional. Segundo ela, Bolsonaro trouxe para a região do Oeste catarinense uma fala que nega as 345 mil mortes por coronavírus no país e as mais de 3 mil mortes diárias que o país vêm registrando. “É um período grave para a humanidade. Temos um presidente que não sabe lidar com a situação, incompetente, que não tem humanidade, que não segue protocolos de segurança da saúde, não segue orientações científicas”.

Ana ressaltou que João Rodrigues mudou o seu discurso após vários questionamentos sobre o tratamento precoce. “O prefeito mudou a sua fala, agora ele diz que não falou em tratamento precoce e sim, tratamento imediato que é um princípio do SUS inclusive. Quando ele faz a mudança de interpretação da própria fala dele, a gente mostra para a sociedade que quando ele tomou posse lá em primeiro de janeiro, estávamos com nove meses de pandemia, tínhamos 123 óbitos por covid-19 e naquele momento, ele afirmou que começaria com o tratamento precoce, dando autonomia para os médicos, alterando os decretos de isolamento, permitindo a abertura de todos espaços até 24h para que as pessoas assumissem a responsabilidade do isolamento, tivemos em dois meses uma explosão dos casos ativos e óbitos. Ele não resolveu o problema que ele mesmo criou”, contextualizou.

Ana citou ainda o fato de Bolsonaro e da governadora em exercício, Daniela Reinehr falarem, em seus discursos na quarta-feira, que o estado de Santa Catarina está em processo de contentamento, satisfação, que o estado deu um passo importante e que se evoluiu no combate à covid-19, sendo que foram registradas mais de 200 mortes de pessoas na fila de espera por uma vaga na UTI. Santa Catarina tem quase 12 mil mortos e 830 mil infectados desde o início da pandemia. “O que mais indigna é de que o Bolsonaro veio para cá, ele desceu do carro dele, abraçou uma moradora, sem máscara. Ele e a governadora descumpriram o próprio decreto de utilização de máscara em via pública. Como acreditar em um presidente como esse?  Ele diz que não é médico, é claro que ele não é médico, é o presidente da república, tem responsabilidades, precisa ouvir a medicina”.

João Rodrigues, Bolsonaro e as demais autoridades que participaram do cerimônia realizada na quarta-feira em Chapecó seguiram omitindo informações sobre a real situação da pandemia no estado de Santa Catarina e no Brasil. Bolsonaro continuou afirmando que o país não entraria em lockdown. “Se transmite uma mensagem de que o estado possui controle, que vai ter UTI, mas só as famílias que precisaram de atendimento desesperadamente, que tiveram seus doentes com acompanhamento tardio de UTI, sabe que a situação não é de tranquilidade. Não estamos falando de números, mas de pessoas, do impacto para famílias que não tiveram como velar o seu ente querido. Eles estão fazendo uma avaliação de que deram conta, mas não está correto. Importante dizer que nós não estamos só criticando o governo, mas esses, quando assumem um cargo público, possuem responsabilidades. Santa Catarina tinha condições para fazer um ensino a distância de qualidade, capacitar os profissionais da saúde. A governadora e o presidente tem que responder sobre isso. São incapazes de construir políticas públicas para Santa Catarina e para o povo brasileiro”.

Mobilizações

São Miguel do Oeste, cidade ao Extremo-oeste catarinense, amanheceu com protestos ainda no sábado, dia 3 de abril, repudiando o governo Bolsonaro. Em Chapecó, na quarta-feira, dia 7, também foram registradas manifestações pelo Dia Mundial da Saúde, em defesa do auxílio emergencial e renda básica já e por vacina para todas e todos.

Confira algumas imagens enviadas para Desacato. info.

Foto: Enviadas para Desacato.info.

Assista a edição completa do JTTOeste, que vai ao ar toda sexta-feira, 18h30, em Desacato. info.

 

 

 

 

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