“As comunidades indígenas estão em situação de vulnerabilidade no sul do Brasil”, afirma Roberto Liebgott

Foto: Defesa Civil – RS

Por CIMI/Sul com a colaboração de Jaine Fidler Rodrigues.

Quando a dignidade dos povos originários de nossa terra brasileira for respeitada, haverá harmonia social. E quando houver valorização e preservação do meio ambiente, viveremos todos e todas, em igualdade e equilíbrio. Neste cenário, indígenas precisam de alimento, saúde, demarcação de seus territórios e políticas públicas assistenciais.

Enquanto o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, de 2020, mostra que houve aumento de 150% no desmatamento no Sul do país em relação a 2019 (3.846 hectares para 9.622 hectares), o representante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Regional Sul, Roberto Liebgott relata que as lavouras de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2021 foram afetadas pela estiagem. Alimentos como feijão, milho, abóbora e melancia não foram para os pratos de povos indígenas da região.

Além disso, com a determinação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) que define que o órgão somente atenda áreas já demarcadas, as comunidades de assentamentos e não demarcadas deixaram de receber cestas básicas. A insegurança alimentar foi instalada.
“No Sul do país, em geral, as terras não foram demarcadas. Há somente regularizadas parcialidades das reservas criadas ainda no período entre 1930 e 1960. Então, em geral, as comunidades vivem em situação de vulnerabilidade”, relata Roberto.

Sem nutrição adequada aos corpos e assistência básica de saúde, as infecções da Covid-19 e nova variante ômicron também aumentaram. Atualmente, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), em função da pressão realizada pelos povos, tem se obrigado a garantir assistência mínima.

Sendo que, no dia 27 de janeiro, a Comissão Guarani Yvyrupa e o Cimi Sul estiveram em reunião com Defensor Público da União, Drº Daniel Cogoy, para reivindicar atenção a estes principais aspectos. Espera-se que o poder administrativo ou judiciário se mobilize para resolução das problemáticas.

“Nós temos recebido muitos apelos das comunidades, no sentido de levarmos algum tipo de alimento para suprir esta falta. Assim tem sido nossos dias, identificando as situações onde as comunidades estão fragilizadas”, conclui Roberto.

 

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