Artista Sérgio Adriano H abre hoje, em Florianópolis, a exposição “Ser Negro”

O projeto “Ser Negro”, de Sérgio Adriano H, que vive e atua entre Joinville (SC) e São Paulo (SP), encerra em Florianópolis com a exposição homônima na Galeria Jandira Lorenz, na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). A abertura ocorre hoje, dia 6, às 17h30, e, logo a seguir, às 18h, o artista faz uma fala em que compartilha conceitos e aspectos de sua trajetória artística.  A curadoria, de Juliana Crispe, reúne 44 obras, 23 inéditas. No conjunto, 37 delas nunca apresentadas em Florianópolis. A individual “Ser Negro” assume grandeza pelos trabalhos e sua proposição reflexiva, urgente e necessária, sobre arte e engajamento anticolonialista.

Legitimada pela conquista do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Artes – 2021, uma iniciativa do governo do Estado de Santa Catarina por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). O itinerário da mostra abrange três Estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, onde as intervenções foram realizadas na rua, em frente ao Museu de Arte de Blumenau (MAB), em Blumenau (SC), na praça Coronel Bertaso, em Chapecó (SC) e, agora na Udesc, em Florianópolis. Em São Paulo (SP), ocorreu em frente às galerias Choque Cultural e no Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), no Rio de Janeiro (RJ).

Sergio Adriano H. Foto: Divulgação

Sérgio Adriano H adota estratégias, referências e parcerias em favor da criação, da circulação dos trabalhos, da reflexão e produção de conhecimento. “Ultrapassar fronteiras de espaço, expectativas, cores, credos, classes sociais e instituições intelectuais é um dos fundamentos da minha arte. Mais que uma escolha, é o que me move”, diz Sérgio Adriano.

Celebração de conquista

Sérgio Adriano convida a pesquisadora e curadora Juliana Crispe, um dos nomes do circuito de arte de Santa Catarina reconhecido pela amplitude de suas conexões, pensamento e sensibilidade decolonial. A seleção curatorial estabelece uma síntese em torno de uma produção que discute vida e morte, o tempo e o espaço, a paisagem e a arquitetura tendo como dispositivo o próprio corpo do artista, a palavra e a história. As investigações de boa parte destas obras passam pelas enciclopédias, dicionários, livros de arte e revistas em que rasura, pinta, recorta, imprime e sulca.

Foto: Divulgação

O artista constrói suas imagens a partir de fotos, vídeos, instalações e objetos com os quais questiona o sistema simbólico chamado “verdade”, um conceito nem sempre contemplado nos livros da história do Brasil, cujos textos apostam no apagamento social dos negros, negam a identidade racial e violentam aqueles que são hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o maior contingente populacional do país. A invisibilidade e os seus efeitos se afirmam por meio de um discurso de cordialidade, da negação do racismo estrutural e pela violência com números estarrecedores de homicídios, nos quais jovens e negros aparecem sempre no patamar das vítimas.

Provocador, ao aproximar arte e filosofia, Sérgio Adriano faz pensar a partir do que se pode convencionar como uma poética da dúvida. Engajado, põe a arte a serviço da luta contra a invisibilidade da produção afro-brasileira no circuito de arte contemporânea. O processo de criação se completa, quase sempre, no espaço do encontro nas ruas onde, sem afrontas, ativa um vocabulário político, entendido como possibilidade de conversa, reflexão e transformação.

Fora do âmbito da mostra, pertinente olhar a lista de pessoas e cidades envolvidas no projeto. As ressonâncias alcançadas pelo pensamento e produção de Sérgio Adriano H ganham cada vez mais aderência e interesse. Neste  momento ele envolve nove profissionais, seis de Santa Catarina (de Joinville e Florianópolis), um do Rio Grande do Sul e dois de São Paulo.

Sobre Sérgio Adriano H

Nasce em 1975, em Joinville (SC). Artista visual, performer e pesquisador. Vive e produz entre Santa Catarina e São Paulo. Formado em artes visuais e mestre em filosofia. Tem trabalhos em acervos públicos e particulares. Incluído em 2014 no livro “Construtores das Artes Visuais: Cinco Séculos de Artes em Santa Catarina” como um dos 30 artistas mais influentes do Estado, já integrou mais de 120 exposições individuais, coletivas e salões. Conquistou, entre outras premiações, o Reconhecimento por Trajetória Cultural Aldir Blanc SC (2020) e a Medalha Victor Meirelles – Personalidade Artes Visuais (2018), concedida pela Academia Catarinense de Letras e Artes (Acla).  Com objetos, fotografias, vídeos e instalações, sua produção se situa na clave arte e engajamento. O corpo, a palavra e a história são ferramentas discursivas que incorporam a cidade, o percurso e o diálogo com o público. Seus trabalhos problematizam noções sobre o tempo e espaço, a arte e a filosofia, faz pensar a partir do que pode ser convencionado como uma poética da dúvida. Sérgio Adriano H luta contra a invisibilidade da produção afro-brasileira no circuito de arte contemporânea.

Sobre Juliana Crispe 

Nasce em Florianópolis (SC). Curadora, professora, pesquisadora, arte educadora e artista visual. Doutora em educação, mestre e graduada em artes visuais. Desenvolve projetos curatoriais desde 2007, tendo realizado mais de uma centena de exposições. Participa de conselhos e comissões de editais de artes visuais em Santa Catarina e no País. Membra do Conselho Deliberativo do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) e da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Destaque para as curadorias em parceria com a Galeria Choque Cultural (SP), curadora da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba (PR), cujo trabalho rendeu o prêmio de Jovem Curadora em 2019, curadora do 11º Salão Nacional Victor Meirelles, promovido pelo Masc e Fundação Catarinense de Cultura (FCC). 

FICHA TÉCNICA

Sérgio Adriano H | artista

Juliana Crispe | curadora

Jan M.O. | design

Cyntia Werner | assessoria educacional

Baixo Ribeiro, Igor Simões, Rodrigo Domingos, Sheyla Ayo e Simone Henrique | palestrantes

Priscila dos Anjos | workshops

Néri Pedroso | imprensa e revisão 

SERVIÇOS

Exposição

O quê: Exposição “Ser Negro”

Quando: 6.9.2023, 17h30 (abertura); 18h – fala do artista. Até 22.9.2023, seg. a sex., 13h30 às 17h

Onde: Galeria Jandira Lorenz, Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), av. Madre Benvenuta, 1907, bairro Itacorubi, Florianópolis (SC)

Quanto: Gratuito

Equipe – Breve currículo

Sérgio Adriano H –  artista visual, performer e pesquisador. Vive e atua entre Santa Catarina e São Paulo.  Formado em artes visuais, mestre em filosofia pela Faculdade São Bento (SP).

Juliana Crispe –  vive e atua em Florianópolis (SC), pesquisadora, professora e curadora com pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Artes pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Baixo Ribeiro – vive e atua em São Paulo (SP), formado em arquitetura e urbanismo na USP. Fundador da galeria, editora e Instituto Choque Cultural, conselheiro do Centro Ruth Cardoso, coordenador do programa USP Urbana.

Cyntia Werner – vive e atua em Joinville (SC), artista visual, doutoranda e mestre em artes visuais, linha de Processos Artísticos Contemporâneos – 2017, pela Udesc.

Igor Simões – doutor em artes visuais – história, teoria e crítica da Arte na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor adjunto de história, teoria e crítica da arte e metodologia e prática do ensino da arte na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

Jan M.O. – vive e atua em Joinville, artista visual, ilustrador e graduado em design gráfico e programação visual (2010) pela Univille.

Néri Pedroso – vive e atua em Florianópolis (SC), atuação em jornalismo cultural, com experiência como editora e colunista. É autora de livros e artigos sobre artes visuais e dança contemporânea. Integra a Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). 

Priscila dos Anjos – vive e atua em Joinville, artista visual e arte educadora. Formada artes visuais (2005) na Univille, com especialização em história da arte no Brasil (2006), na Faculdade de Arte do Paraná (FAP).

Rodrigo Domingos – vive e atua em Joinville, formado em publicidade e propaganda pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), com especialização em gestão da comunicação empresarial e relações públicas pela Sustentare Escola de Negócios.

Simone Henrique – doutoranda e mestra (2013) em direitos humanos pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Palestrante da Comissão de Cultura e Eventos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP).

REALIZAÇÃO

Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Artes – 2021, Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Governo do Estado de Santa Catarina

APOIO

Laboratório de Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais (Aya) Faed/Udesc, Grupo de Pesquisa Compor – Ceart/Udesc, Grupo de Pesquisa Articulações poéticas – Ceart/Udesc, Núcleo da Diversidade, Direitos Humanos e Ações Afirmativas – Ceart/Udesc, Ebó Epistêmico – UFSC, Armazém Coletivo Elza, Museu Victor Meirelles/Instituto Brasileiros de Museus/Ministério da Cultura/Governo Federal,

Museu de Arte de Blumenau (MAB), Galeria Choque Cultural (SP) e Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), Rio de Janeiro (RJ)

SAIBA MAIS

facebook.com/sergioadrianoh

Instagran/sergio_adriano_h

Flick: Sergio Adriano H

CONTATOS

Ass. imprensa: NProduções Néri Pedroso (jorn.) (48) 9-9911-9837 (whats), Sérgio Adriano H (11) 94265-5179

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