Artista brasileira colore imagens de prisioneiros de Auschwitz

O projeto da artista Marina Amaral foi documentando no livro ‘Faces of Auschwitz’. Hoje, ela colore também imagens de personagens de outros contextos históricos

Czeslawa Kwoka. Jovem foi morta aos 14 anos, com uma injeção letal (Foto: Marina Amaral | Reprodução)

Por Mariana Lima.

Utilizando apenas um aplicativo de edição de fotos, a artista brasileira Marina Amaral transforma fotografias históricas originalmente feitas em preto e branco em imagens coloridas, em um processo que pode se estender por mais de 40 minutos.

As primeiras a receber as cores de Marina foram fotografias do arquivo do Museu de Auschwitz, localizado na Polônia.

Seu trabalho ficou conhecido após Marina publicar a versão colorida de Czeslawa Kwoka, uma menina de 14 anos que foi morta no campo de concentração mais famoso da 2ª Guerra Mundial. A menina recebeu uma injeção letal no coração.

Percebendo o impacto que as cores traziam para o significado das fotos, Marina continuou com o trabalho, que acabou resultando no livro ‘Faces of Auschwitz’ (Rostos de Auschwitz, em tradução livre), em que compilou todas as fotos que coloriu e as histórias de pessoas que morreram nesse campo de concentração, como uma forma de honrar suas memórias.

O trabalho, que se iniciou em 2015, continua até hoje com publicações em seu perfil no Instagram. Os personagens agora são de diferentes contextos históricos.

 

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?? Olga Gutmann Benário Prestes foi uma militante comunista alemã de origem judaica. Chegou ao Brasil em 1934, quando se casou com Luís Carlos Prestes. Em março de 1936, ambos foram capturados pela polícia. Olga foi a julgamento e, apesar de terem conhecimento de que ela estava grávida de sete meses, o STF autorizou sua extradição para a Alemanha nazista. Olga foi executada em 23 de abril de 1942, com 34 anos de idade, na câmara de gás do centro de eutanásia de Bernburg. Anita Leocádia, sua filha, nasceu em 1936 em uma prisão de mulheres chamada Barnimstrasse, localizada em Berlim. Ficou com a mãe até os quatorze meses, quando foi entregue para a avó. Anita tornou-se historiadora e professora na UFRJ. Para uma descrição aprofundada da história, recomendo o livro “Olga”, de Fernando Morais. #history #colorization

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Um exemplo de foto histórica que Marina coloriu foi um retrato de Machado de Assis, famoso escritor brasileiro que, apesar de negro, costuma ser embranquecido nas reproduções de sua figura.

Além do peso histórico das imagens, outro fator que pesa na escolha das fotos é a disponibilidade. Para conseguir trabalhar com tranquilidade, a artista brasileira busca imagens em domínio público, que encontra com maior facilidade em arquivos dos Estados Unidos e da Europa.

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